segunda-feira, 30 de maio de 2011




                                                    VIVÓ ATLÉTICO

O ATLÉTICO MERECE SER FELIZ


O Atlético assegurou no domingo, depois de bater o Padroense (1-0), a promoção à Liga de Honra, que é como quem diz ao segundo escalão do futebol nacional. Estava certo, desde o meio da temporada, que isso iria suceder, tal a valia do conjunto comandado por António Pereira em comparação com os opositores que ia conhecendo. No entanto, confesso, esta absurda e injusta derradeira fase final deixou-me à beira (não de um) de vários ataques de nervos. Para que o objectivo fosse alcançado foi preciso sofrer imenso. Ironicamente, contudo, o passaporte foi carimbado antes do último jogo (falta a deslocação à Madeira para defrontar o União) e depois de começar esta “poule” a perder (1-4) em Matosinhos, diante do mesmo Padroense.

Pela primeira vez, o Atlético vai poder participar na Liga de Honra. Creio que chega com vários anos de atraso a este escalão. E digo isto não por ser adepto, mas essencialmente por saber que em Alcântara há condições para ter uma equipa competitiva neste patamar. Será possível subir ainda mais? Claro, mas isso não poderá ser uma meta razoável a curto prazo. O clube, agora, precisa de se modernizar - há vários melhoramentos para fazer na velha Tapadinha -, continuar a apostar em jovens de imenso talento devidamente mesclados com futebolistas mais experientes, seguir a linha de evolução nas camadas jovens e manter o rigor financeiro. Só assim poderá ganhar raízes na Honra e, lá mais para a frente, equacionar a possibilidade de, então sim, tentar algo mais.

Regressemos ao jogo de domingo: como foi bonita a festa alcantarense! Foram precisos 21 anos (e até a queda no inferno da Terceira Divisão) para chegar aqui. Uma autêntica eternidade que, claro, acabou por impedir que muitos dos que sonharam com isto pudessem testemunhar, “in loco”, o feito. Mas, ao contrário do que pensa muita gente mal informada, o Atlético não é um clube de velhos. É verdade que ainda conta com o apoio incondicional de muitos que são do tempo das épocas gloriosas na divisão principal mas, quem passou pela Tapadinha nos dois últimos fins-de-semana, viu muita gente nova, sinal inequívoco da vitalidade do emblema.

Nunca escondi que sou adepto do Atlético. E se não nasci, vivi ou estudei na zona da Alcântara, a minha paixão deve-se ao facto de ter aprendido a gostar daquela gente quando, quase por acaso, acabei por ingressar na equipa de juvenis de basquetebol do clube. Já lá vão uns anos. Mais de duas décadas. Mas lembro-me como se tivesse sido um destes dias. Recordo colegas, treinadores, dirigentes, funcionários e adeptos, alguns dos quais ainda (felizmente) vejo com regularidade. Humildes, mas honrados e batalhadores. É assim, desta forma sucinta, que defino as pessoas do Atlético. Enquanto lá joguei e fui treinador, vivi mais vitórias que derrotas, mas na hora do desaire ninguém virava a cara à luta. Naquele clube, não são as derrotas que magoam, mas sim a possibilidade de alguém envergar a camisola sem o brio exigido. Como concordo com essa linha! No desporto ou na vida existem valores que deviam ser sagrados para todos.

PS – Não é por agora ver o Atlético a caminho da Liga de Honra que vou deixar de levantar a voz contra uma das maiores parvoíces que conheço no futebol. Quando é que irá acabar este sistema obsoleto que impede que os três vencedores das séries da Segunda Divisão ganhem o direito a subir automaticamente à Orangina? Dividam, se assim o entenderem, as equipas da Segunda em apenas duas séries com 18 ou 20 equipas, mas coloquem um ponto final nesta aberração e concedam o justo prémio (a promoção) a quem ganha a sua série.

PS 1 – Tinha prometido, minutos antes do arranque do Atlético-Padroense, que me tornaria sócio se o clube garantisse a subida. A promessa vai ser cumprida muito em breve! E comigo "arrastarei" alguns que, depois de visitar a Tapadinha, rapidamente se converteram à causa.
por luis magalhães

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Women In Art

Futebol
Eusébio: "Foi um dia inesquecível"

O dia 23 de Maio de 1961 jamais irá ser esquecido por Eusébio da Silva Ferreira. Com apenas 19 anos, o "Pantera Negra" fez a sua estreia com a camisola do Sport Lisboa e Benfica num particular frente ao Atlético, no Estádio da Luz. Em declarações à Benfica TV, o antigo avançado relembrou a sua estreia e falou do actual momento dos "encarnados".

quinta-feira, 5 de maio de 2011

dia 5 de Maio, aos 61 anos em resultado de um acidente vascular cerebral faleceu no Barreiro o meu amigo  Mariano Almeida, filho de operários, nasceu em Lisboa, na freguesia de Alcântara, num pátio popular, onde passou a sua juventude e tomou contacto com a vida e a luta do povo da sua condição.
Cedo começou a trabalhar na Sociedade Comercial Romar, tendo feito parte da Comissão de Trabalhadores da empresa entre 1977 e 1983.
Também foi delegado sindical. Trabalhou, depois, como empregado de comércio da Baixa de Lisboa.
No plano do associativismo popular de base, foi dirigente do Clube Desportivo da Cova da Moura e integrou o Secretariado das Colectividades de Campo de Ourique.

Ao longo da sua vida, o meu amigo e camarada Mariano Almeida demonstrou o seu compromisso militante ao serviço da classe operária, dos trabalhadores e do Partido que abraçou desde jovem, pela liberdade, a democracia e o socialismo,  até sempre MARIANO 

quinta-feira, 14 de abril de 2011

não se esqueçam ....



Fábula política difundida por Tommy Douglas, prominente activista y político, elegido en 2004 como "El canadiense más grande de todos los tiempos". Reconocido como padre del paso del sistema de salud canadiense al modelo de Asistencia sanitaria universal

segunda-feira, 11 de abril de 2011



Fernando Nobre:        quanto custa um vaidoso ?

Fernando Nobre vai ser cabeça de lista do PSD no circulo de Lisboa. Contra um homem de convicções - mesmo que não sejam as minhas - como Ferro Rodrigues, o PSD aposta num ziguezagueante populistaO ex-candidato estava no mercado e Passos Coelho pagou o preço que lhe foi pedido: dar-lhe a presidência da Assembleia da República. As contas foram de merceeiro: Nobre vale 600 mil votos. Errado. Se os votos presidenciais nunca são transferíveis para legislativas, isso é ainda mais evidente neste caso. Todas as vantagens competitivas de Nobre desapareceram quando ele aceitou este lugar.
O PSD vai perder mais do que ganha. Porque este convite soa a puro oportunismo
Porque quando Fernando Nobre começar a falar o PSD vai ter de se virar do avesso para limitar os danos. Porque a esmagadora maioria dos eleitores de Nobre nem com um revólver apontado à cabeça votará em Passos Coelho. Porque ele afastará eleitorado que desconfia de gente com tanta ginástica política.
Quem também não fica bem na fotografia é Mário Soares, que, na última campanha, por ressentimento pessoal, alimentou esta candidatura. Fica claro a quem ela serviu. Agora veio o agradecimento.
Quanto a Fernando Nobre, é tudo muito banal e triste. Depois da campanha que fez, este é o desfecho lógico. Candidatos antipartidos, que tratam todos os eleitos como suspeitos de crimes contra a Pátria - ainda não me esqueci quando responsabilizou Francisco Lopes pelo atual estado de coisas, apenas porque é deputado - e que julgam que, por não terem nunca assumido responsabilidades políticas, têm uma qualquer superioridade moral sobre os restantes acabam sempre nisto. A chave que usam para abrir a porta da sala de estar do sistema é o discurso contra o sistema. Não querem "tachos", dizem eles, certos de que todos os eleitos apenas procuram proveitos próprios. Eles são diferentes. Depois entram no sistema para mudar o sistema, explicam. E depois ficam lá, até vir o próximo com o mesmo discurso apontar-lhes o dedo. É tudo tão antigo que só espanta como tanta gente vai caindo na mesma esparrela.
Quem tem um discurso sem programa, sem ideologia, sem posicionamento político claro e resume a sua intervenção ao elogio da sua inexperiência política tem sempre um problema: só é diferente até perder a virgindade. E quando a perde fica um enorme vazio. Porque não havia lá mais nada.
 Porque a política não se faz de bons sentimentos, faz-se de ideias, projetos e programas políticos. Ideias, projetos e programas que resultam do pensamento acumulado pela experiência de gerações, que se vai apurando no confronto e na tentativa e erro. A tudo isto chamamos ideologias. Quem despreza a ideologia despreza o pensamento. Quem despreza o pensamento despreza a política. Quem despreza a política dificilmente pode agir nela com coerência e dignidade.Para além do discurso contra os políticos, este político teve outra bandeira: as suas preocupações sociais. Nada com conteúdo. Para ele bastava mostrar o seu currículo de ativista humanitário. E a quem aceita ele entregar a sua virginal e bondosa alma? Ao candidato a primeiro-ministro mais liberal que este País já conheceu. Não sou dos que acham que toda a gente tem um preço. Mas ficámos a saber qual é o de Fernando Nobre: um lugar com a dimensão da sua própria vaidade.
Tudo isto tem uma vantagem: é uma excelente lição de política para muita gente.
 Quem diz que não é de esquerda nem de direita, quem tem apenas a sua suposta superioridade moral como programa e quem entra no combate político desprezando quem há muito o faz nunca é de confiança. Um dia terão que se decidir. E Nobre decidiu-se: escolheu a direita liberal em troca das honras de um lugar no Estado.
Na hora da compra, os vaidosos têm uma vantagem: saem mais baratos. Não precisam de bons salários ou de negócios.
 Basta dar-lhes um trono e a sensação de que são importantes. Vendem a alma por isso.
Daniel Oliveira (www.expresso.pt <http://www.expresso.pt/> )11 de abril de 2011

sábado, 9 de abril de 2011

Cigarro

Paradoxos
A vida parecia cada vez mais complicada para Alberto. Não ruim, pelo contrário, mas cada vez mais difícil. Há alguns anos, ele não tinha com o que se preocupar... Bastava se entregar aos estudos e às descobertas. Ah! Como ele estava seguro em meio aos seres invertebrados, aos redemoinhos, às constelações, aos tubos de ensaio e aos elementos químicos...


A cada dia que passava, Alberto compreendia mais e mais as razões e o funcionamento de tudo no mundo. Tudo.


A formação do Universo, estrelas anãs e gigantes brancas, buracos negros, novos planetas e até mesmo um novo anel em algum planeta conhecido... Nada passava despercebido para Alberto, que, sem ter muito tempo para atividades que não levassem a alguma conclusão científica, não participava dos jogos do recreio e não usava, de maneira nenhuma, a internet para o lazer e para o diletantismo, atitude que ele considerava simplesmente ultrajante!


Então por que dentre todos os jovens da escola justamente ele tinha sido o escolhido pela mais linda e encantadora menina do grupo?


A vida parecia, sim, mais estranha para Alberto, que, sem entender o porquê de seu comportamento, ficou quase duas horas tentando montar uma imagem real da atmosfera de Saturno, que, recentemente, descobriram ser colorida devido aos gases que a compõem. Uma imagem bela o suficiente para tocar o coração de qualquer menina!


Duas horas perdidas tentando montar uma foto enquanto o mundo científico estava em polvorosa com o registro de uma colisão de galáxias! E ele ainda assim tinha certeza de que o tempo perdido tinha valido a pena! Alberto guardou com carinho a fotografia em uma pasta e seguiu o caminho da escola, pensando em uma deliciosa frase de seu ídolo maior, Einstein, que naquele momento lhe servia de consolo: “A verdade científica é sempre um paradoxo se julgada pela experiência cotidiana, que se agarra à aparência efêmera das coisas”.


De acordo com Einstein, são paradoxos a Terra se mover em torno do Sol e a água ser constituída por dois gases altamente inflamáveis...


Quem sabe decifrar paradoxos tão grandes como este que ele está vivenciando: saber que tudo o que lhe interessa na vida são as explicações científicas e que não existe explicação científica para o que mais lhe interessa neste momento, o amor.


Conto de Patrícia Engel Secco

rappa - vapor barato

Vapor Barato - Gal Costa e Zeca Baleiro ( Acústico MTV ) HQ

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Geração à Rasca - A Nossa Culpa

Um dia, isto tinha de acontecer.

Existe uma geração à rasca?
Existe mais do que uma! Certamente!
Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida.
Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações.
A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca são os que mais tiveram tudo.
Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.

Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos) vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.
Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1º automóvel, depósitos de combustível cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.
Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.
Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... A vaquinha emagreceu, feneceu, secou.
Foi então que os pais ficaram à rasca.
Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado.
Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais.
São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.
São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar!
A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas.
Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.
Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade operacional.
Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.
Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro abundam.
Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras. Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.
Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.
Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio.
Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e inteligência nesta geração?
Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!
Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como todos nós).
Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados académicos, porque, que inveja!, que chatice!, são betinhos, cromos que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e, oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida.
E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!!!
Novos e velhos, todos estamos à rasca.
Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.
Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles.
A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la.
Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam.
Haverá mais triste prova do nosso falhanço?
Pode ser que tudo isto não passe de alarmismo, de um exagero meu, de uma generalização injusta.
Pode ser que nada/ninguém seja assim.

Mia Couto

quarta-feira, 30 de março de 2011

....Águas de outro Março


                            Afinal, um desgosto "dói" mesmo


Uma "dor no coração" e uma "separação dolorosa" são mais do que apenas metáforas, concluiu um grupo de investigadores norte-americanos, depois de verificar que o cérebro reage de forma semelhante a uma dor emocional e física
16:33 Terça feira, 29 de Mar de 2011
Com recurso a ressonância magnética funcional, um grupo de investigadores descobriu que as áreas do cérebro que reagem a uma queimadura são as mesmas que são ativadas quando se pensa na pessoa amada que nos deixou. Ou seja, ao que parece, o cérebro não distingue claramente a dor física da dor emocional intensa, conforme explica um dos envolvidos no estudo, professor assistente de psicologia na Universidade de Michigan.

Publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, a investigação sublinha o papel que sentimentos de rejeição e outros traumas emocionais podem desempenhar no desenvolvimento da dor crónica, como no caso da fibromialgia.

Os investigadores recrutaram 21 mulheres e 19 homens com história de dor crónica ou doença mental mas que tivessem sido abandonados pelos companheiros nos seis meses anteriores. Os voluntários submeteram-se a ressonâncias magnéticas funcionais, que permitir monitorizar a atividade do cérebro, enquanto passavam por experiências dolorosas fisicamente - simulando o efeito de uma queimadura - e emocionalmente - foi-lhes pedido que olhassem para fotografias dos seus ex-parceiros e recordassem momentos juntos.

domingo, 16 de janeiro de 2011

pombalino II

hoje apetecia-me escrever alguma coisa sobre o dia de ontem ...
mas depois de reflectir convenientemente sobre a atitude irresponsável, a roçar o irracional de alguns colegas meus nesse mesmo dia , disse para mim mesmo de que o que haveria de fazer era mesmo dizer e gritar bem alto aquele maldito slogan OS CÃES LADRAM E A CARAVANA PASSA,  porque será o imérito das intervenções tidas que me levam a estar com este estado cansado e de espírito completamente merdoso, e,  cada vez mais pensar de que existem seres "racionais" que ao fim de tantos anos eu não consigo compreender, irei,  e prometo continuar a ler o manual indicado pelo meu amigo pombalino....
pombalino II

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Portugal e os cidadãos de primeira

Por António de Sousa Duarte
Ex-jornalista, consultor de comunicação, doutorado em Ciência Política

As mortes de Vítor Alves, capitão de Abril, e do cronista cor-de-rosa Carlos Castro mostram algumas evidências sobre o país
Separadas por escassas horas, as mortes do coronel Vítor Alves, "capitão de Abril", e do cronista "cor-de-rosa" Carlos Castro tiveram o condão de fazer notar uma vez mais algumas evidências sobre Portugal e os portugueses que nunca será de mais destacar. Na verdade, mesmo admitindo as macabras circunstâncias em que Castro foi assassinado e os requintes de malvadez de que foi aparentemente vítima, não parece normal que tal facto tenha merecido tão esmagadoramente maior espaço mediático do que o desaparecimento de um dos principais símbolos da Revolução do 25 de Abril de 1974 e destacado operacional da construção do processo democrático.
Vítor Alves faleceu domingo, cerca de 36 horas depois da morte, em Nova Iorque, de um colunista social conhecido por se dedicar há décadas a analisar os factos da actualidade "cor-de-rosa" nacional. Considerado em muitas das biografias espontâneas que dele nos últimos dias chegaram ao nosso conhecimento como "um cidadão de primeira", Vítor Alves foi um homem probo, sério, rigoroso, sensível que contribuiu de forma decisiva - antes e depois do dia 25 de Abril de 74 - para o actual regime democrático em Portugal. Vítor Alves, que integrou, com Vasco Lourenço e Otelo Saraiva de Carvalho, a comissão coordenadora e executiva do MFA (Movimento das Forças Armadas), foi o autor do primeiro comunicado dirigido à população no dia 25 de Abril e o militar que foi o porta-voz do Movimento. Mas as exéquias mediáticas de Vítor Alves foram curtas, muito curtas, se levarmos em conta a importância do seu legado e o impacte informativo que outros factos da actualidade suscitaram e de que é exemplo, sublinho, a vaga noticiosa relativa à morte de Carlos Castro.
O país trocou "um cidadão de primeira" por uma "história de segunda", mas o desiderato é positivo: chancela-se a morte do militar, político, ministro e conselheiro da Revolução em rodapés a correr e baixos de página e atribuem-se honras de Estado... mediático ao assassinato do cronista (não cronista social como alguns lhe chamam, como se Carlos Castro e Fernão Lopes fossem páginas do mesmo livro...) e às incidências macrotrágicas em que foi encontrado o seu corpo após alegada tortura, castração e assassinato. Mas a responsabilidade de todo este "estado a que - de novo e citando Salgueiro Maia - chegámos" não é do povo. Porque não é o povo que edita jornais, blocos noticiosos, telejornais ou sites. Nem é o povo o responsável por Marcelo Rebelo de Sousa ter dedicado ontem, no Jornal da TVI, mais tempo de antena à morte de Carlos Castro do que ao desaparecimento de Vítor Alves.

concordo

O teu início de sessão no Facebook recente

    Olá, Americoaze. Recentemente, uma sessão foi iniciada na tua conta do Facebook através de um código de confirmação e do endereço de e-m...