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|  |  | O ATLÉTICO MERECE SER FELIZ |  
 O  Atlético assegurou no domingo, depois de bater o Padroense (1-0), a promoção à  Liga de Honra, que é como quem diz ao segundo escalão do futebol nacional.  Estava certo, desde o meio da temporada, que isso iria suceder, tal a valia do  conjunto comandado por António Pereira em comparação com os opositores que ia  conhecendo. No entanto, confesso, esta absurda e injusta derradeira fase final  deixou-me à beira (não de um) de vários ataques de nervos. Para que o objectivo  fosse alcançado foi preciso sofrer imenso. Ironicamente, contudo, o passaporte  foi carimbado antes do último jogo (falta a deslocação à Madeira para defrontar  o União) e depois de começar esta “poule” a perder (1-4) em Matosinhos, diante  do mesmo Padroense.
 
 Pela primeira vez, o Atlético vai poder participar na  Liga de Honra. Creio que chega com vários anos de atraso a este escalão. E digo  isto não por ser adepto, mas essencialmente por saber que em Alcântara há  condições para ter uma equipa competitiva neste patamar. Será possível subir  ainda mais? Claro, mas isso não poderá ser uma meta razoável a curto prazo. O  clube, agora, precisa de se modernizar - há vários melhoramentos para fazer na  velha Tapadinha -, continuar a apostar em jovens de imenso talento devidamente  mesclados com futebolistas mais experientes, seguir a linha de evolução nas  camadas jovens e manter o rigor financeiro. Só assim poderá ganhar raízes na  Honra e, lá mais para a frente, equacionar a possibilidade de, então sim, tentar  algo mais.
 
 Regressemos ao jogo de domingo: como foi bonita a festa  alcantarense! Foram precisos 21 anos (e até a queda no inferno da Terceira  Divisão) para chegar aqui. Uma autêntica eternidade que, claro, acabou por  impedir que muitos dos que sonharam com isto pudessem testemunhar, “in loco”, o  feito. Mas, ao contrário do que pensa muita gente mal informada, o Atlético não  é um clube de velhos. É verdade que ainda conta com o apoio incondicional de  muitos que são do tempo das épocas gloriosas na divisão principal mas, quem  passou pela Tapadinha nos dois últimos fins-de-semana, viu muita gente nova,  sinal inequívoco da vitalidade do emblema.
 
 Nunca escondi que sou adepto  do Atlético. E se não nasci, vivi ou estudei na zona da Alcântara, a minha  paixão deve-se ao facto de ter aprendido a gostar daquela gente quando, quase  por acaso, acabei por ingressar na equipa de juvenis de basquetebol do clube. Já  lá vão uns anos. Mais de duas décadas. Mas lembro-me como se tivesse sido um  destes dias. Recordo colegas, treinadores, dirigentes, funcionários e adeptos,  alguns dos quais ainda (felizmente) vejo com regularidade. Humildes, mas  honrados e batalhadores. É assim, desta forma sucinta, que defino as pessoas do  Atlético. Enquanto lá joguei e fui treinador, vivi mais vitórias que derrotas,  mas na hora do desaire ninguém virava a cara à luta. Naquele clube, não são as  derrotas que magoam, mas sim a possibilidade de alguém envergar a camisola sem o  brio exigido. Como concordo com essa linha! No desporto ou na vida existem  valores que deviam ser sagrados para todos.
 
 PS – Não é por agora ver o  Atlético a caminho da Liga de Honra que vou deixar de levantar a voz contra uma  das maiores parvoíces que conheço no futebol. Quando é que irá acabar este  sistema obsoleto que impede que os três vencedores das séries da Segunda Divisão  ganhem o direito a subir automaticamente à Orangina? Dividam, se assim o  entenderem, as equipas da Segunda em apenas duas séries com 18 ou 20 equipas,  mas coloquem um ponto final nesta aberração e concedam o justo prémio (a  promoção) a quem ganha a sua série.
 PS 1 – Tinha prometido, minutos antes do arranque do Atlético-Padroense, que  me tornaria sócio se o clube garantisse a subida. A promessa vai ser cumprida  muito em breve! E comigo "arrastarei" alguns que, depois de visitar a  Tapadinha, rapidamente se converteram à causa.
 por luis magalhães
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