segunda-feira, 18 de julho de 2011

Crise terminal do capitalismo.

27.06.11 - Mundo
Leonardo Boff  (Teólogo, filósofo e escritor)
Tenho sustentado que a crise atual do capitalismo é mais que conjuntural e estrutural. É terminal. Chegou ao fim o gênio do capitalismo de sempre adaptar-se a qualquer circunstância. Estou consciente de que são poucos que representam esta tese. No entanto, duas razões me levam a esta interpretação.
A primeira é a seguinte: a crise é terminal porque todos nós, mas particularmente, o capitalismo, encostamos nos limites da Terra. Ocupamos, depredando, todo o planeta, desfazendo seu sutil equilíbrio e exaurindo excessivamente seus bens e serviços a ponto de ele não conseguir, sozinho, repor o que lhes foi sequestrado. Já nos meados do século XIX Karl Marx escreveu profeticamente que a tendência do capital ia na direção de destruir as duas fontes de sua riqueza e reprodução: a natureza e o trabalho. É o que está ocorrendo.
A natureza, efetivamente, se encontra sob grave estresse, como nunca esteve antes, pelo menos no último século, abstraindo das 15 grandes dizimações que conheceu em sua história de mais de quatro bilhões de anos. Os eventos extremos verificáveis em todas as regiões e as mudanças climáticas tendendo a um crescente aquecimento global falam em favor da tese de Marx. Como o capitalismo vai se reproduzir sem a natureza? Deu com a cara num limite intransponível.
O trabalho está sendo por ele precarizado ou prescindido. Há grande desenvolvimento sem trabalho. O aparelho produtivo informatizado e robotizado produz mais e melhor, com quase nenhum trabalho. A consequência direta é o desemprego estrutural.
Milhões nunca mais vão ingressar no mundo do trabalho, sequer no exército de reserva. O trabalho, da dependência do capital, passou à prescindência. Na Espanha o desemprego atinge 20% no geral e 40% e entre os jovens. Em Portugal 12% no país e 30% entre os jovens. Isso significa grave crise social, assolando neste momento a Grécia. Sacrifica-se toda uma sociedade em nome de uma economia, feita não para atender as demandas humanas, mas para pagar a dívida com bancos e com o sistema financeiro. Marx tem razão: o trabalho explorado já não é mais fonte de riqueza. É a máquina.
A segunda razão está ligada à crise humanitária que o capitalismo está gerando. Antes se restringia aos países periféricos. Hoje é global e atingiu os países centrais. Não se pode resolver a questão econômica desmontando a sociedade. As vítimas, entrelaçadas por novas avenidas de comunicação, resistem, se rebelam e ameaçam a ordem vigente. Mais e mais pessoas, especialmente jovens, não estão aceitando a lógica perversa da economia política capitalista: a ditadura das finanças que via mercado submete os Estados aos seus interesses e o rentismo dos capitais especulativos que circulam de bolsas em bolsas, auferindo ganhos sem produzir absolutamente nada a não ser mais dinheiro para seus rentistas.
Mas foi o próprio sistema do capital que criou o veneno que o pode matar: ao exigir dos trabalhadores uma formação técnica cada vez mais aprimorada para estar à altura do crescimento acelerado e de maior competitividade, involuntariamente criou pessoas que pensam. Estas, lentamente, vão descobrindo a perversidade do sistema que esfola as pessoas em nome da acumulação meramente material, que se mostra sem coração ao exigir mais e mais eficiência a ponto de levar os trabalhadores ao estresse profundo, ao desespero e, não raro, ao suicídio, como ocorre em vários países e também no Brasil.
As ruas de vários países europeus e árabes, os "indignados” que enchem as praças de Espanha e da Grécia são manifestação de revolta contra o sistema político vigente a reboque do mercado e da lógica do capital. Os jovens espanhóis gritam: "não é crise, é ladroagem”. Os ladrões estão refestelados em Wall Street, no FMI e no Banco Central Europeu, quer dizer, são os sumos sacerdotes do capital globalizado e explorador.
Ao agravar-se a crise, crescerão as multidões, pelo mundo afora, que não aguentam mais as consequências da superexploracão de suas vidas e da vida da Terra e se rebelam contra este sistema econômico que faz o que bem entende e que agora agoniza, não por envelhecimento, mas por força do veneno e das contradições que criou, castigando a Mãe Terra e penalizando a vida de seus filhos e filhas.
 

sábado, 16 de julho de 2011

mais um "manga.la" pro glorioso


Jovem central do Standard de Liège, de apenas 20 anos, é prioridade ( como tantos outros já anunciados ) dos dirigentes encarnados para o reforço da defesa, com ou sem a saída do brasileiro Luisão, ainda não sei porque é que este ainda lá mora , pinote daqui para fora pois há que dar lugar à chavalada , pois o SLB não é nem nunca será um lar para a terceira idade
  Jorge Jesus vê neste Manga.la o novo David Luiz. Pelo menos é esta a mensagem que o treinador do Benfica fez passar aos dirigentes encarnados e às pessoas mais próximas de si.
Um jovem jogador que, apesar de poder sair mais caro que o brasileiro (custou 1,5 milhões em 2006), é visto por Jorge Jesus como um central que rapidamente se poderá impor na Luz e fazer render muitos milhões ao emblema lisboeta.
O Benfica entrou com o pé direito no Torneio do Guadiana, ao derrotar, esta sexta-feira, no Estádio Algarve, os franceses do Paris Saint-Germain, por 3-1, num jogo em que o extremo espanhol Nolito rubricou uma excelente exibição.

Cardozo, na primeira parte, Jara, no segundo tempo, e Saviola, ao minuto 89, foram os autores dos três golos que garantiram o triunfo (3-1) do Benfica, treinado por Jorge Jesus, sobre os gauleses do Paris Saint-Germain, cujo golo foi apontado pelo extremo-esquerdo brasileiro Nene.

Nolito, com dois passes para golo nos segundos 45 minutos, deu cartas com a camisola do clube da Luz, tal como o guarda-redes brasileiro Artur Moraes, igualmente em grande plano.

Este encontro assinalou a estreia do médio belga ex-Standard de Liège Axel Witsel pelos encarnados.

Apesar da vitória e da boa rotina evidenciada pela equipa, principalmente do meio-campo para a frente, o emblema de Lisboa continua a revelar algumas carências no sector defensivo, face às ausências, por se encontrarem ao serviço das respectivas selecções, na Copa América, do defesa-direito uruguaio Maxi Pereira, do defesa-central brasileiro Luisão e ainda do central argentino Garay, contratado no defeso aos espanhóis do Real Madrid.

O Benfica, que no desempate por penáltis (conta para efeitos de desempate) bateu o PSG por 4-3 (marcaram Saviola, Urretavizcaya, Javi García e Nolito, Witsel permitiu a defesa do guarda-redes do PSG), defronta este domingo, também em partida do Torneio do Guadiana, a formação belga do Anderlecht.

segunda-feira, 30 de maio de 2011




                                                    VIVÓ ATLÉTICO

O ATLÉTICO MERECE SER FELIZ


O Atlético assegurou no domingo, depois de bater o Padroense (1-0), a promoção à Liga de Honra, que é como quem diz ao segundo escalão do futebol nacional. Estava certo, desde o meio da temporada, que isso iria suceder, tal a valia do conjunto comandado por António Pereira em comparação com os opositores que ia conhecendo. No entanto, confesso, esta absurda e injusta derradeira fase final deixou-me à beira (não de um) de vários ataques de nervos. Para que o objectivo fosse alcançado foi preciso sofrer imenso. Ironicamente, contudo, o passaporte foi carimbado antes do último jogo (falta a deslocação à Madeira para defrontar o União) e depois de começar esta “poule” a perder (1-4) em Matosinhos, diante do mesmo Padroense.

Pela primeira vez, o Atlético vai poder participar na Liga de Honra. Creio que chega com vários anos de atraso a este escalão. E digo isto não por ser adepto, mas essencialmente por saber que em Alcântara há condições para ter uma equipa competitiva neste patamar. Será possível subir ainda mais? Claro, mas isso não poderá ser uma meta razoável a curto prazo. O clube, agora, precisa de se modernizar - há vários melhoramentos para fazer na velha Tapadinha -, continuar a apostar em jovens de imenso talento devidamente mesclados com futebolistas mais experientes, seguir a linha de evolução nas camadas jovens e manter o rigor financeiro. Só assim poderá ganhar raízes na Honra e, lá mais para a frente, equacionar a possibilidade de, então sim, tentar algo mais.

Regressemos ao jogo de domingo: como foi bonita a festa alcantarense! Foram precisos 21 anos (e até a queda no inferno da Terceira Divisão) para chegar aqui. Uma autêntica eternidade que, claro, acabou por impedir que muitos dos que sonharam com isto pudessem testemunhar, “in loco”, o feito. Mas, ao contrário do que pensa muita gente mal informada, o Atlético não é um clube de velhos. É verdade que ainda conta com o apoio incondicional de muitos que são do tempo das épocas gloriosas na divisão principal mas, quem passou pela Tapadinha nos dois últimos fins-de-semana, viu muita gente nova, sinal inequívoco da vitalidade do emblema.

Nunca escondi que sou adepto do Atlético. E se não nasci, vivi ou estudei na zona da Alcântara, a minha paixão deve-se ao facto de ter aprendido a gostar daquela gente quando, quase por acaso, acabei por ingressar na equipa de juvenis de basquetebol do clube. Já lá vão uns anos. Mais de duas décadas. Mas lembro-me como se tivesse sido um destes dias. Recordo colegas, treinadores, dirigentes, funcionários e adeptos, alguns dos quais ainda (felizmente) vejo com regularidade. Humildes, mas honrados e batalhadores. É assim, desta forma sucinta, que defino as pessoas do Atlético. Enquanto lá joguei e fui treinador, vivi mais vitórias que derrotas, mas na hora do desaire ninguém virava a cara à luta. Naquele clube, não são as derrotas que magoam, mas sim a possibilidade de alguém envergar a camisola sem o brio exigido. Como concordo com essa linha! No desporto ou na vida existem valores que deviam ser sagrados para todos.

PS – Não é por agora ver o Atlético a caminho da Liga de Honra que vou deixar de levantar a voz contra uma das maiores parvoíces que conheço no futebol. Quando é que irá acabar este sistema obsoleto que impede que os três vencedores das séries da Segunda Divisão ganhem o direito a subir automaticamente à Orangina? Dividam, se assim o entenderem, as equipas da Segunda em apenas duas séries com 18 ou 20 equipas, mas coloquem um ponto final nesta aberração e concedam o justo prémio (a promoção) a quem ganha a sua série.

PS 1 – Tinha prometido, minutos antes do arranque do Atlético-Padroense, que me tornaria sócio se o clube garantisse a subida. A promessa vai ser cumprida muito em breve! E comigo "arrastarei" alguns que, depois de visitar a Tapadinha, rapidamente se converteram à causa.
por luis magalhães

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