segunda-feira, 16 de setembro de 2013

O sonho do FDP Pedro de Passos Coelho

"O sonho de Pedro de Passos Coelho"

por JOSÉ VÍTOR MALHEIROS (in Público, de 11 de Setembro de 2012)

«"Um terço é para morrer. Não é que tenhamos gosto em matá-los, mas a verdade é que não há alternativa. se não damos cabo deles, acabam por nos arrastar com eles para o fundo. E de facto não os vamos matar-matar, aquilo que se chama matar, como faziam os nazis. Se quiséssemos matá-los mesmo era por aí um clamor que Deus me livre. Há gente muito piegas, que não percebe que as decisões duras são para tomar, custe o que custar e que, se nos livrarmos de um terço, os outros vão ficar melhor. É por isso que nós não os vamos matar. Eles é que vão morrendo. Basta que a mortalidade aumente um bocadinho mais que nos outros grupos. E as estatísticas já mostram isso. O Mota Soares está a fazer bem o seu trabalho. Sempre com aquela cara de anjo, sem nunca se desmanchar. Não são os tipos da saúde pública que costumam dizer que a pobreza é a coisa que mais mal faz à saúde? Eles lá sabem. Por isso, joga tudo a nosso favor. A tendência já mostra isso e o que é importante é a tendência. Como eles adoecem mais, é só ir dificultando cada vez mais o acesso aos tratamentos. A natureza faz o resto. O Paulo Macedo também faz o que pode. Não é genocídio, é estatística. Um dia lá chegaremos, o que é importante é que estamos no caminho certo. Não há dinheiro para tratar toda a gente e é preciso fazer escolhas. E as escolhas implicam sempre sacrifícios. Só podemos salvar alguns e devemos salvar aqueles que são mais úteis à sociedade, os que geram riqueza. Não pode haver uns tipos que só têm direitos e não contribuem com nada, que não têm deveres.

Estas tretas da democracia e da educação e da saúde para todos foram inventadas quando a sociedade precisava de milhões e milhões de pobres para espalhar estrume e coisas assim. Agora já não precisamos e há cretinos que ainda não perceberam que, para nós vivermos bem, é preciso podar estes sub-humanos.

Que há um terço que tem de ir à vida não tem dúvida nenhuma. Tem é de ser o terço certo, os que gastam os nossos recursos todos e que não contribuem. Tem de haver equidade. Se gastam e não contribuem, tenho muita pena... os recursos são escassos. Ainda no outro dia os jornais diziam que estamos com um milhão de analfabetos. O que é que os analfabetos podem contribuir para a sociedade do conhecimento? Só vão engrossar a massa dos parasitas, a viver à conta. Portanto, são: os analfabetos, os desempregados de longa duração, os doentes crónicos, os pensionistas pobres (não vamos meter os velhos todos porque nós não somos animais e temos os nossos pais e os nossos avós), os sem-abrigo, os pedintes e os ciganos, claro. E os deficientes. Não são todos. Mas se não tiverem uma família que possa suportar o custo da assistência não se pode atirar esse fardo para cima da sociedade. Não era justo. E temos de promover a justiça social.

O outro terço temos de os pôr com dono. É chato ainda precisarmos de alguns operários e assim, mas esta pouca-vergonha de pensarem que mandam no país só porque votam tem de acabar. Para começar, o país não é competitivo com as pessoas a viverem todas decentemente. Não digo voltar à escravatura - é outro papão de que não se pode falar -, mas a verdade é que as sociedades evoluíram muito graças à escravatura. Libertam-se recursos para fazer investimentos e inovação para garantir o progresso e permite-se o ócio das classes abastadas, que também precisam. A chatice de não podermos eliminar os operários como aos sub-humanos é que precisamos destes gajos para fazerem algumas coisas chatas e, para mais (por enquanto), votam - ainda que a maioria deles ou não vote ou vote em nós. O que é preciso é acabar com esses direitos garantidos que fazem com que eles trabalhem o mínimo e vivam à sombra da bananeira. Eles têm de ser aquilo que os comunistas dizem que eles são: proletários. Acabar com os direitos laborais, a estabilidade do emprego, reduzir-lhes o nível de vida de maneira que percebam quem manda. Estes têm de andar sempre borrados de medo: medo de ficar sem trabalho e passar a ser sub-humanos, de morrer de fome no meio da rua. E enchê-los de futebol e telenovelas e reality shows para os anestesiar e para pensarem que os filhos deles vão ser estrelas de hip-hop e assim.

O outro terço são profissionais e técnicos, que produzem serviços essenciais, médicos e engenheiros, mas estes estão no papo. Já os convencemos de que combater a desigualdade não é sustentável (tenho de mandar uma caixa de charutos ao Lobo Xavier), que para eles poderem viver com conforto não há outra alternativa que não seja liquidar os ciganos e os desempregados e acabar com o RSI e que para pagar a saúde deles não podemos pagar a saúde dos pobres.

Com um terço da população exterminada, um terço anestesiado e um terço comprado, o país pode voltar a ser estável e viável. A verdade é que a pegada ecológica da sociedade actual não é sustentável. E se não fosse assim não poderíamos garantir o nível de luxo crescente da classe dirigente, onde eu espero estar um dia. Não vou ficar em Massamá a vida toda. O Ângelo diz que, se continuarmos a portar-nos bem, um dia nós também vamos poder pertencer à elite."»

terça-feira, 28 de maio de 2013

Krugman: O que se está a passar em Portugal é inaceitável

A Europa tem que mudar as políticas que levaram ao pesadelo que Portugal está a viver, defende o economista americano Paul Krugman num artigo de opinião publicado hoje no New York Times.
Referindo-se ao "retrato profundamente deprimente das condições em Portugal", sobretudo das empresas familiares, feito pelo Financial Times, o economista pergunta "como e porquê se está permitindo que este pesadelo esteja a acontecer de novo três gerações depois da Grande Depressão".
E rejeita pôr as culpas da situação portuguesa nas "más políticas do passado e nos problemas estruturais profundos", já que é um quadro que afeta todos os países.
Para Krugman, a resposta para os problemas que Portugal enfrenta está na "expansão monetária e na política fiscal", a que não pode recorrer por não ser dono da sua moeda. Alerta, assim, que "ou o euro acaba ou alguma coisa tem que ser feita para pô-lo a funcionar, porque o que estamos vendo (e os portugueses estão a viver) é inaceitável", afirma.
Na opinião de Krugman, uma expansão muito mais forte na zona euro e uma inflação mais alta nos principais países europeus poderia ajudar. "O abrandamento da política monetária poderia ajudar a atingir estes objetivos, mas é preciso ter em conta que o BCE, tal como a Fed, é basicamente contra uma taxa de juro zero", considera o economista e acrescenta que "tal pode e deveria ser tentado para promover políticas não convencionais, mas necessita de toda a ajuda possível também da política fiscal - não uma situação em que a austeridade na periferia é reforçada pela austeridade no núcleo também".

quinta-feira, 9 de maio de 2013

BENFILIADO: Carta aberta de um seguidor da página "Ricardo Ara...

"Ao meu Benfica!

Há cerca de 3 anos, vivi uma das melhores sensações da minha vida. O Benfica sagrava-se campeão, na época de estreia do nosso Jesus, com um futebol maravilhoso e convincente. Dois dias depois nascia o meu filho, o meu orgulho, o meu sangue! Planava ao sabor das sensações intensas desses dias, feliz, preenchido com a vinda de um filho, e encantado com o nosso Benfica. Não seria possível pedir mais!

Nesse Verão, no entanto, numa consulta de rotina, o mundo começou a desabar sob os meus pés. Diagnóstico: nada animador, umas células malditas minavam-me por dentro. Perspectivas: uma luta intensa contra as mesmas era necessária, mas a vitória haveria de chegar, julgava eu…

Passados estes anos, após intensas voltas e reviravoltas, a luta está a chegar o fim. Apesar da vontade enorme em combatê-las, as células malditas ganharam terreno e encontro-me, infelizmente, na fase final da minha curta vida, com apenas vinte anos. Neste Natal, os médicos anunciaram que pouco mais havia a fazer, restando-me apenas algumas semanas de vida. Ouvi, não quis ouvir, reflecti, deprimi, revoltei-me e, finalmente, aceitei o meu destino. Mas não sem antes querer realizar um último desejo, uma última Vitória, uma última Batalha! Queria ver o meu Benfica Campeão! Queria festejar com o meu filho e família esta última vitória, a única que ainda poderia viver. Depois da notícia, depois do Natal, o nosso Benfica mantinha-se na frente da corrida…as esperanças fortaleciam-se, as minhas forças também…de algumas semanas, acabei por ir aguentando mais um e outro mês…à espera, jogo a jogo, vitória a vitória…e com o tempo a passar, mais esperanças ia tendo, mais um esforço ia fazendo, tudo para me aguentar até ao fim e festejar! A vontade dos jogadores, o querer, a raça Benfiquista que eu via em cada jogo, tudo junto, reforçava-me o espírito e ajudava-me a combater e a aguentar-me mais um pouco…!

Passados estes meses, contra tudo e contra todos, ainda cá estou. Sei que não será por muito mais tempo, mas o desejo está a um passo de se realizar! Afigura-se uma luta descomunal… uma batalha épica… onde toda a Raça, Força, Mística, Vontade, Superação, Serenidade, enfim, toda a Garra Benfiquista terá que vir ao de cima! Tivemos um pequeno “tropeção” na passada Segunda-Feira, um pequeno “contra-tempo”, mas eu Acredito! Acredito que todo este esforço que tenho feito para me aguentar, só poderá ser coroado com a realização do meu Desejo! Acredito que todo o Esforço que os nossos Jogadores fizeram nos últimos meses, não será perdido! Acredito que vão Vencer esta Batalha! Não será fácil, mas nesta vida, o que é difícil ganhar, dá mais sabor à Vitória! As minhas forças estão no fim…há muito tempo…mas tenho ido buscar mais algumas ao fundo de mim… só para ter mais esta enorme felicidade! As forças dos nossos jogadores também estarão no fim, mas Acreditem! No fundo dos nossos jogadores, ainda estão lá uma reservas! Ainda lá está a Garra, Vontade e Mística Benfiquista para lutarem com todas as forças e até ao último minuto! Para Vencerem a Batalha e conquistarem aquilo a que justamente têm direito!

Vamos lá! Sei que são capazes! Sei que têm dentro de vocês aquilo que é suficiente para Vencerem! Só falta mais um Enorme mas Recompensador Esforço! Façam os milhões de Benfiquistas que os apoiam Felizes! Permitam que realize este meu último desejo, para que possa ir até outros mundos Feliz!

ACREDITEM! AFINAL, SOMOS O BENFICA!"





todos, bons rapazes