terça-feira, 29 de novembro de 2011

"Há provas de polícias à civil a incitarem à violência"

A Plataforma 15 de Outubro, que integra o movimento dos indignados, garante que tem provas que denunciam a presença de polícias à civil a incitarem à violência na manifestação de 24 de Novembro, e exige que se apurem responsabilidades.

Numa conferência de imprensa realizada hoje junto ao Ministério da Administração Interna para "denunciar e condenar a violência policial" na manifestação do dia da greve geral em frente à Assembleia da República, o movimento considerou "ilegal" e "crime" a presença de polícias à civil a incitaram à violência.

Sofia Rajado, um dos membros da plataforma, referiu que há provas que comprovam esta acção da polícia e condenaram as declarações do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, que elogiou o trabalho da polícia.

"O ministro veio dizer publicamente uma inverdade e isso tem que ter consequências", salientou João Camargo, outro elemento do movimento, adiantando que "há necessidade de averiguar e apurar essas responsabilidades".

Outro membro da plataforma 15 de Outubro, Renato Guedes, critica o processo de averiguações da PSP, defendendo que deveria ser aberto um inquérito por parte da Procuradoria-Geral da República.

A plataforma rejeitou qualquer ligação a actos de violência e manifestou-se contra a detenção de pessoas, como aconteceu na passada quinta-feira, exigindo, por isso, a absolvição daqueles que foram detidos de "forma ilegal e abusiva por agentes provocadores".

Entre os sete detidos não está qualquer membro da plataforma 15 de Outubro, segundo os seus membros.

Na tarde de quinta-feira, alguns manifestantes tentaram, durante o protesto que decorreu em frente à Assembleia da República, subir as escadarias do edifício, o que motivou a intervenção policial e resultou em sete detidos e um agente ferido.

Entretanto, a PSP anunciou a abertura de um inquérito interno de averiguações sobre o vídeo das agressões a um jovem alemão após a manifestação.

O movimento condenou igualmente a acção da polícia junto aos piquetes de greve, que se pautou pela "ilegalidade e repressão" com os agentes a apresentarem-se nesses locais "armados com caçadeiras e metralhadoras".

"Está a ser construída uma narrativa de terror social que visa claramente criminalizar o movimento social e os efeitos da greve geral e da manifestação", sustentou Sofia Rajado.


publicação no diário económico
Económico com Lusa  
29/11/11 15:27
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