domingo, 9 de outubro de 2011

Amor é privilégio de maduros
estendidos na mais estreita cama,
que se torna a mais larga e mais relvosa,
roçando, em cada poro, o céu do corpo.
É isto, amor: o ganho não previsto,
o prêmio subterrâneo e coruscante,
leitura de relâmpago cifrado,
que, decifrado, nada mais existe
valendo a pena e o preço do terrestre,
salvo o minuto de ouro no relógio
minúsculo, vibrando no crepúsculo.
Amor é o que se aprende no limite,
depois de se arquivar toda a ciência
herdada, ouvida. Amor começa tarde.


drumond

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

domingo, 2 de outubro de 2011

Sábado, 1 de Outubro de 2011

A ORIGEM DO CONTO DO VIGÁRIO, por FERNANDO PESSOA, o próprio.

Publicado pela primeira vez no diário Sol, Lisboa, ano I, de 30 de Outubro de 1926, com o titulo de “Um Grande Português”. Foi publicado depois n’O “Noticias” Ilustrado (edição semanal do Diário de Noticias), Lisboa, ano II, série II, nº 62, de 18 de Agosto de 1929, com o titulo de “A Origem do Conto do Vigário”.


Vivia, há já bastantes anos, algures num concelho do Ribatejo, um pequeno lavrador e negociante de gado chamado Manuel Peres Vigário.

Chegou uma vez ao pé dele um fabricante de notas falsas e disse-lhe:” Sr. Vigário, ainda tenho aqui uma notazinhas falsas de cem mil reis que me falta passar. O senhor quer? Largo-lhas por vinte mil reis cada uma”.

“Deixe ver”, disse o Vigário; e depois reparando logo que eram imperfeitíssimas, rejeitou-as. “Para que quero eu isso?”, disse; “isso nem a cegos se passa”.

O outro, porém, insistiu; Vigário, regateando, cedeu um pouco.
Por fim fez-se negocio de vinte notas, a dez mil réis cada uma.

Sucedeu que dali a dias tinha o Vigário que pagar a dois irmãos, negociantes de gado como ele, o saldo de uma conta, no valor certo de um conto [milhão] de réis. No primeiro dia da feira, em que se deveria efectuar o pagamento, estavam os dois irmãos jantando numa taberna obscura da localidade, quando surgiu à porta, cambaleando de bêbado, o Manuel Peres Vigário. Sentou-se à mesa deles e pediu vinho. Daí a um tempo, depois de alguma conversa, pouco inteligível da sua parte, lembrou que tinha um pagamento a fazer-lhes. E, puxando da carteira, perguntou se se importavam de receber tudo em notas de cinquenta mil reis. Os irmãos disseram que não se importavam; mas, como nesse momento a carteira se entreabrisse, o mais vigilante dos dois chamou, com um olhar rápido, a atenção do irmão para as notas, que se via que eram de cem mil réis. Houve então uma troca de olhares entre os dois irmãos.


O Manuel Peres contou tremulamente vinte notas, que entregou. Um dos irmãos guardou-as logo, tendo-as visto contar, nem perdeu tempo em olhar para elas. O Vigário continuou a conversar, e, várias vezes, pediu e bebeu mais vinho. Depois, por natural efeito da bebedeira progressiva, disse que queria um recibo. Não era costume mas nenhum dos irmãos fez questão.

O Manuel Peres disse que queria ditar o recibo, para as coisas ficarem todas certas.
Os outros anuíram a este capricho de bêbado. Então o Manuel Peres ditou como em tal dia, a tais horas, na taberna de fulano, “estando nós a jantar” ( e por ali fora com toda a prolixidade estúpida de bêbado), tinham eles recebido de Manuel Peres Vigário, do lugar de qualquer coisa, a quantia de um conto de réis, em notas de cinquenta mil réis.
O recibo foi datado, selado e assinado. O Vigário meteu-o na carteira, demorou-se mais um pouco, bebeu ainda mais vinho, e por fim foi-se embora.

Quando, no dia seguinte, houve oportunidade de se trocar a primeira nota de cem mil réis, o individuo que ia a recebê-la, rejeitou-a logo por falsíssima. Rejeitou do mesmo modo a segunda e a terceira. E os dois irmãos, olhando então bem para as notas, verificaram que nem a cegos se poderiam passar.

Queixaram-se à policia, e foi chamado o Manuel Peres, que, ouvindo atónito o caso, ergueu as mãos ao céu em graças da bebedeira que o havia colhido providencialmente no dia do pagamento e o havia feito exigir um recibo estúpido.

Lá o dizia o recibo:” um conto de réis “em notas de cinquenta mil réis””. Se os dois irmãos tinham notas de cem, não era dele, Vigário, que as tinha recebido. Ele lembrava-se bem, apesar de bêbado, de ter pago vinte notas, e os irmãos não eram (dizia o Manuel Peres) homens que lhe fossem aceitar notas de cem por notas de cinquenta, porque eram homens honrados e de bom nome em todo o concelho.

E, como era de justiça, o Manuel Peres Vigário foi mandado em paz.

O caso, porém, não podia ficar secreto. Por um lado ou por outro, começou a contar-se, e espalhou-se. E a história do “conto de réis do Manuel Peres Vigário”, abreviado o seu titulo para “o conto do Vigário” passou a ser uma expressão corrente na língua portuguesa.

Fernando Pessoa

sábado, 24 de setembro de 2011


















NÓS aqui no Continente da Madeira só contamos é com "CARUNCHO"
*caruncho=bicho da madeira QUE FUMA CHARUTO !

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

o 1º dos UNICOS


 


Destes, nasceu uma vez...

UM!

Era oriundo de famílias aristocráticas e descendente de flamengos. O pai deixou de lhe pagar os estudos e deserdou-o.
Trabalhou, dando lições de inglês para poder continuar o curso.
Formou-se em Direito.
Foi advogado, professor, escritor, político e deputado.
Foi também vereador da Câmara Municipal de Lisboa.
Foi reitor da Universidade de Coimbra.
Foi Procurador-Geral da República.
Passou cinquenta anos da sua vida a defender uma sociedade mais justa.
Com 71 anos foi eleito Presidente da República.
Disse na tomada de posse: "Estou aqui para servir o país. Seria incapaz de alguma vez me servir dele..."
Recusou viver no Palácio de Belém, tendo escolhido uma modesta casa anexa a este.
Pagou a renda da residência oficial e todo mobiliário do seu bolso.
Recusou ajudas de custo, prescindiu do dinheiro para transportes, não quis secretário, nem protocolo e nem sequer Conselho de Estado.
Foi aconselhado a comprar um automóvel para as deslocações, mas fez questão de o pagar também do seu bolso.
Este SENHOR era Manuel de Arriaga e foi o primeiro Presidente da República Portuguesa.
 
Pena ter-se extinguido a espécie!

...SÓ NOS TOCA É esta MADEIRA  cheia de carunchos


domingo, 18 de setembro de 2011

Porque envelhecem as pessoas?


Quando se começa a envelhecer o organismo começa a ser cada vez mais debilitado, até ao inevitável dia em que os órgãos falham e chega a morte. A questão fulcral é: porquê? Muitos de nós gostariam de viver para sempre e temem o dia da morte, outros ignoram este assunto. Alguns, poucos, vivem de consciência tranquila com isso.
Todas as células do corpo humano possuem um tempo de vida que está definido na hora da sua criação. É uma espécie de relógio, determinando a capacidade de um organismo em viver. Trata-se de um relógio especial, que pode andar mais depressa ou devagar dependendo da herança genética de cada um e da influência de factores externos. Uma coisa é certa: é impossível parar o relógio. Entre os maiores factores de risco encontram-se a obesidade, sedentarismo e stress, que aceleram o processo de envelhecimento. É importantíssimo levar uma vida saudável, mas não adianta tentar esticara  corda do tempo. Por muito que cientistas invistam em pesquisas, viver até aos 150 anos parece uma meta impossível de alcançar. O limite conhecido está na casa dos 120 anos, sendo qeu após essa idade os ossos ficam fracos, o pâncreas pára de produzir insulina e os tecidos deterioram-se. Nestes casos, mesmo sem doenças, o organismo morre por “esgotamento”.
As teorias do envelhecimento
Não faltam teorias que tentem explicar o porquê de envelhecermos, um facto que parece tão óbvio quanto fatalista. Se para uns chega a ideia de que “não se pode ensinar aquilo que não se conhece”, outro precisam de explicações mais sólidas.
A primeira teoria habitualmente apresentada é a evoluocionista, que aponta para que os nossos corpos tenham sido moldados para apenas estarem saudáveis apenas em idade de reprodução, para que se possa procriar e começar a partir dos 30 o longo declínio da desinformação nos genes até à morte. Desta forma garantimos uma população constante na Terra. Imagine que vivemos um mundo sobrelotado, o que aconteceria?
Recentemente, um documentário da BBC sobre o corpo humano indicou mais duas teorias. Uma delas baseia-se na na deterioração das copias celulares ao longo da da vida, que é cada vez menos eficaz. A segunda explicação encontra-se na deterioração do corpo humano causada pela oxidação, já que que o nosso organismo absorve e utiliza este ativo elemento químico durante toda a vida.
Travar o envelhecimento
O exercício pode ser a arma mais eficaz contra o envelhecimento, manter-se ativo pode ser o segredo para permanecer jovem. Investigadores da Universidade de McMaster no Canadá descobriram que o exercício de endurance podem travar o processo de envelhecimento.
A boa notícia é que nunca é tarde demais para começar a fazer exercício. Estudos têm mostrado que mesmo aqueles que passam muito tempo no sedentarismo ainda podem colher os benefícios do exercício , ganhando energia, mobilidade e promoção de órgãos saudáveis.

David Guetta - Little Bad Girl ft. Taio Cruz, Ludacris

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