terça-feira, 8 de maio de 2012

Anthony Bourdain em "No Reservations" faz retrato sobre Lisboa



Num comentário á tradução, à qual eu não concordo, o Dinheiro Vivo diz ás tantas
Aqui só o peixe é fresco
11/05/2012 | 00:00 |

No documentário “No Reservations”, o chef Anthony Bourdain faz um retrato de Lisboa e de Portugal de acordo, não só com o seu tipo de programa, mas também com o script que o mundo em geral, e o anglo-saxónico em particular, nos destinou.

Um história a preto e branco por onde velhos com reumático se arrastam por vielas de pobreza e decadência ao som de fados e lamentos. Um retrato, apesar de tudo, cheio de simpatia, boa comida e peixe fresco. Claro que aquela Lisboa e aquele Portugal existem. Claro que também há outra Lisboa e outro Portugal mas o que Bourdain escolheu mostrar é o ângulo que ilustra a nossa reputação, sobretudo a que prevalece na Europa e no mundo anglo-saxónico que é o mundo dos “mercados”. É o ângulo da velhice, da pobreza, do simpático e do patusco, dum país lá longe, na geografia e no tempo.
Vale a pena ver o que, não sendo um retrato fiel de Portugal, é um retrato fidelíssimo da nossa reputação. Um retrato que me deixou triste, angustiado e cheio de fome. Fome porque a comida era boa, angustiado porque a pobreza e o feio me deprimem e triste pelas figuras tristes (queixume sem viço nem dignidade) que os portugueses convidados a participar fizeram – em particular um gagá Lobo Antunes que fez saber ao mundo, em primeira mão, que Salazar mantinha o preço da heroína mais baixo que o dos cigarros para que nós, agarrados, não nos revoltássemos.

Enfim, um documentário que diz ao mundo que em Portugal só o peixe é fresco
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todos, bons rapazes