quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
de ALGUÉM com alma ....
"Vou fazer um slideshow para você. Está preparado?
É comum, você já viu essas imagens antes.
Quem sabe até já se acostumou com elas.
Começa com aquelas crianças famintas da África.
Aquelas com os ossos visíveis por baixo da pele.
Aquelas com moscas nos olhos.
Os slides se sucedem.
Êxodos de populações inteiras.
Gente faminta.
Gente pobre.
Gente sem futuro.
Durante décadas, vimos essas imagens.
No Discovery Channel, na National Geographic, nos concursos de foto.
Algumas viraram até objetos de arte, em livros de fotógrafos renomados.
São imagens de miséria que comovem.
São imagens que criam plataformas de governo.
Criam ONGs.
Criam entidades.
Criam movimentos sociais.
A miséria pelo mundo, seja em Uganda ou no Ceará, na Índia ou em Bogotá sensibiliza.
Ano após ano, discutiu-se o que fazer.
Anos de pressão para sensibilizar uma infinidade de líderes que se sucederam nas nações mais poderosas do planeta.
Dizem que 40 bilhões de dólares seriam necessários para resolver o problema da fome no mundo.
Resolver, capicce?
Extinguir.
Não haveria mais nenhum menininho terrivelmente magro e sem futuro, em nenhum canto do planeta.
Não sei como calcularam este número.
Mas digamos que esteja subestimado.
Digamos que seja o dobro.
Ou o triplo.
Com 120 bilhões o mundo seria um lugar mais justo.
Não houve passeata, discurso político ou filosófico ou foto que sensibilizasse.
Não houve documentário, ONG, lobby ou pressão que resolvesse.
Mas em uma semana, os mesmos líderes, as mesmas potências, tiraram da cartola 2.2 trilhões de dólares (700 bi nos EUA, 1.5 tri na Europa) para salvar da fome quem já estava de barriga cheia. Bancos e investidores.
Como uma pessoa comentou, é uma pena que esse texto só esteja em blogs e não na mídia de massa, essa mesma que sabe muito bem dar tapa e afagar.
Se quiser, repasse, se não, o que importa? O nosso almoço tá garantido mesmo..."
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
coisa rara
O carácter insólito e até surpreendente do título de uma pequena notícia nas edições on-line de 2 Dezembro chamou-me a atenção – «Banqueiro condenado a 10 anos de prisão». A história mete tráfico de influências, paraísos fiscais, fundos de investimento e outros requintes, a que infelizmente nos vamos habituando, de um mundo cada vez mais dominado pelo poder dos grupos financeiros onde a «livre» circulação de capitais é lei. Para aqueles que porventura se julguem mais distraídos podem desde já ficar descansados que a coisa aconteceu do outro lado do Atlântico, mais precisamente no Brasil.
Por cá, as notícias sobre bancos e banqueiros são outras.Em Portugal, apesar de suspeitas, denúncias, investigações e coisas que tais, creio que não há memória de mandar uma criatura destas para trás das grades. Dito de outra forma o crime por roubo no nosso país não vai além de uns assaltos a estações de serviço, umas caixas multibanco fanadas, umas ourivesarias arrombadas noite dentro. Os chamados crimes de «colarinho branco» têm passado impunes. Por cá, são outras as notícias sobre bancos e banqueiros. O dinheiro que não existia para aumentar salários e pensões, construir escolas e hospitais, dinamizar a actividade económica e o investimento público, aparece agora às paletes para meter no bolso dos banqueiros.O caso mais recente ilustra ao serviço de quem está este Governo. A operação de «salvamento do BPP», um banco cujo seu principal papel é gerir grandes fortunas, onde cada um dos seus depositantes não conta com menos de um milhão de euros, onde não consta que estejam em causa centenas de postos de trabalho, envolve, para além de um empréstimo no valor de 120 milhões de euros da CGD, garantias do Estado para toda a operação financeira.Mesmo que aos olhos da Lei e da Justiça que existe no nosso País, os milhões que foram acumulados nos últimos anos por via dos escandalosos lucros do sector financeiro, ou estes, que agora saem do erário público para limpar prejuízos e evitar falências, sejam legais, a verdade é que à luz das difíceis condições de vida do nosso povo, à luz dos baixos salários, do desemprego, da pobreza e da miséria que alastra, os lucros e os apoios ao sector financeiro são um crime contra os trabalhadores, o povo e o país.
domingo, 9 de novembro de 2008
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
domingo, 2 de novembro de 2008
Para que Percebam a "mistica" BENFIQUISTA.........
Pessoalmente, só uso a televisão para ver dois tipos de programa: jogos do Benfica e programas de informação. Informação sobre o Benfica, bem entendido. Imaginem a minha alegria quando soube que o Benfica ia criar um canal cuja programação satisfaz todos os meus desejos de telespectador 24 horas por dia. Aliás, mesmo apesar de ainda não ter arrancado completamente, a Benfica TV já me enche as medidas. Gosto muito de chegar a casa, ligar a televisão no canal 30 e ficar a ver aquela espécie de mira técnica só com o emblema. Há sempre um pormenor que me escapou na última vez que a vi, uma expressão da águia que me diz algo de novo, um contorno do símbolo que subitamente se torna mais profundo e significativo. Não me admirava que a mira técnica do canal do Benfica tivesse mais audiência do que certos programas que não lembram ao diabo. Um tal Zé Carlos por exemplo.
Além de tudo o resto, o canal dá-nos sorte. 100% dos jogos transmitidos até agora resultaram em vitórias do Benfica. São, sem dúvida nenhuma, números impressionantes.
A Benfica TV é um sucesso tão avassalador que não ficaria surpreendido se os nossos rivais quisessem copiá-la. E, por muito que me custe admiti-lo, teriam material interessante para preencher a grelha. O Sporting poderia fazer uma emissão contínua dedicada ao adepto de sofá, apropriadamente intitulada 'Só eu sei por que afinal fico em casa'. Jogos transmitidos com o volume sonoro em baixo, para o sócio que não gosta de ver futebol ao som de assobios.
Ainda mais competitiva podia ser a Porto TV. Quando não houvesse jogos para transmitir, emitia-se um filme. Por exemplo, O Padrinho. O enredo é tão parecido com um jogo do Porto que alguns espectadores nem dariam pela diferença. Outra hipótese seria organizar uma espécie de Big Brother em casa de Pinto da Costa. Os espectadores votariam no árbitro que achassem que deveria sair da casa. Bastava os responsáveis do canal montarem as câmaras. A Judiciária tratava do som.
in Jornal a Bola
sábado, 25 de outubro de 2008
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Valor, contexto e arte .....
Aquela poderia ser mais uma manhã como outra qualquer. Um sujeito entra na estação do metro, vestindo jeans, camiseta e boné, encosta-se próximo à entrada, tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, na hora de ponta matinal.
Durante os 45 minutos em que tocou, foi praticamente ignorado pelos passantes. Ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas, num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhões de dólares.
Alguns dias antes Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam a bagatela de 1000 dólares.
A experiência, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar ligeiro, copo de café na mão, telemovel no ouvido, crachá balançando no pescoço, indiferentes ao som do violino. A iniciativa realizada pelo jornal The Washington Post era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte.
A conclusão: estamos acostumados a dar valor às coisas quando estão num contexto. Bell era uma obra de arte sem moldura. Um artefacto de luxo sem etiqueta de marca. O video da experiência http://www.youtube.com/watch?v=hnOPu0_YWhw
it's life