sexta-feira, 5 de novembro de 2010

por pillar del rio companheira de Zé

Há alguns anos um cineasta espanhol quis retratar o sofrimento e a capacidade combativa de um grupo de trabalhadores que não aceitavam que as diversas engenharias financeiras já então em uso fechassem uma empresa rentável e com futuro. Os trabalhadores de Sintel, que assim se chamava a firma, desde os engenheiros de alto nível ao mais humilde operário, decidiram instalar-se no centro de Madrid num improvisado acampamento e ali viveram durante vários meses, assim reivindicando o seu direito ao trabalho, a manter uma empresa que com o seu esforço haviam consolidado, as suas vidas e as dos seu familiares, em resumo, em defesa da lógica humana frente à dos interesses materiais dos poderosos. Este acampamento recebeu o nome de Cidade da\Esperança e o filme que conta esta epopeia recebeu o título de “Levantados do Chão”. Também Chico Buarque de Holanda, quando quis prestar homenagem aos camponeses sem terra que ocupavam herdades no Brasil para demonstrar que o esbanjamento condena à humilhação e que o cultivo dos campos não é um luxo nem um capricho, compôs um tema a que deu o título de “Levantados do chão”, um coral que poderia ser entoado nos cinco continentes e em todos os idiomas, bastando que houvesse voz para denunciar o abuso e vontade de erguer-se, de levantar-se, apesar da ideia, habilmente difundida, de que a insubmissão não vale a pena, já que vivemos no melhor dos mundos possíveis.

Diz Saramago que o que há mais na terra é paisagem. Sim: paisagem e gente, os inúmeros Mau-Tempo com esse ou outro apelido, essa dinastia infinita de homens e mulheres cujo único património são os braços e a vontade, o imenso rio de pessoas que percorre o planeta bifurcando-se sem limites, como se fossem as suas veias, o bom sangue imprescindível para que a vida seja possível. Os Mau-Tempo vivem em Portugal e na Bolívia, na Nigéria, na Roménia, em Espanha, nos Estados Unidos, em Moçambique, na Malásia… Vivem silenciosos, emigrantes de si mesmos, escravos de trabalhos terríveis, são o sub-solo do sistema que se mantém porque eles estão presentes, embora invisíveis para quem usa estatísticas em vez de sensibilidade. Às vezes pedem socorro desde os seus países remotos ou desde a profundidade da sua condenação, outras vezes põem-se de pé e levantam as mãos ossudas e os punhos cerrados, mas sempre a máquina do poder os ignora, não importa que sejam a maioria, pertencem à casta dos Mau-Tempo, nasceram para sofrer e morrer en silêncio, enterrando-se uns aos outros, como se de uma confraria universal se tratasse. Os Mau-Tempo são as personagens centrais do romance de Saramago, são, junto com a paisagem, o que mais há na terra.

Que faremos, então? Que faremos com este livro, com este mundo, com esta gente? A virtude da literatura está em não ficar parada perante as portas do mistério, penetra-o, ilumina-o, de maneira que a consciência de quem lê, porque viu, já não poderá fingir que ignora. A pergunta impõe-se com mais veemência, rejeitando a indiferença como resposta, porque só os néscios e os maus de carácter podem virar as costas à questão que, humana e doloridamente, propõe este livro de José Saramago intitulado, e não por acaso, Levantado do chão, epopeia gigantesca de heróis não reconhecidos apesar de parecerem ter mais força que o sol que nos ilumina e serem, além do mais, a matéria de que todos somos feitos. Repitamos, pois, as perguntas desde há tanto tempo gritadas: Que faremos com esta gente? Que faremos com este mundo? Perguntemos e logo prossigamos a leitura deste livro que indaga e questiona com irreprimível força, ouvindo a história daqueles que sempre foram os sujeitos da história, embora não os protagonistas nos manuais que a contam ou nos ridículos Götha em que alguns pretendem distinguir-se. Deixemo-nos ficar na literatura, junto aos Mau-Tempo, nossos contemporâneos, e com eles vivamos ao menos o tempo que durar a leitura deste livro que é mais do que arte, e já veremos o que sucede depois, se somos iguais ao que éramos antes ou se nos damos por esclarecidos.

Existiu Monte Lavre e existiu a chuva. E Domingos Mau-Tempo e Sara da Conceição. E os seus filhos e os filhos dos seus filhos. Tinham os olhos azuis, mas outros Mau-Tempo os terão negros e continuarão a levar o mesmo apelido. Há dinastias imprevisíveis que percorrem a terra povoando-a e lavrando-a como se ela fosse gente. Esta dinastia também se pode numerar com cardinais, mais ainda, os cardinais são seus, ninguém tem mais direitos que eles, porque a aristocracia do trabalho é a única desejável, a única que revalida a sua legitimidade geração após geração sem produzir zângãos como as anacrónicas heranças de sangue dos Norbertos, Albertos, Lambertos e Dagobertos, tantas vezes abençoados pelo padre Agamedes e por toda a fauna que do alheio faz sua aspiração e sua casa, como se o mundo não começasse de cada vez que nasce um humano para remediá-lo. Falemos, pois, dos que nada têm, falemos dos nossos, dos Mau-Tempo que vêm em frágeis barquinhos desde África até à opulenta Europa, falemos dos Mau-Tempo que esperam no corredor de um hospital ou na intranquilidade da sua casa uma operação cirúrgica que nunca chega, falemos das migrações sucessivas do campo à cidade e outra vez ao campo, sempre perseguindo um sonho, falemos de nós próprios, que vemos a desesperança e não podemos evitá-la, e isso nos impede de ser felizes. Falemos, sim, do poder que nasceu para impor-se, e falemos das leis que deveriam evitar os excessos de homens que se consideram superiores, leis que tantas vezes serviram para consolidá-los e outorgar-lhes legalidade. Falemos de nós próprios, que somos capazes de ler este livro e sem embargo não podemos impedir a tortura de Germano Vidigal nem as que agora se infligem em Guantânamo contra homens de tez escura e sem nome, oculto como eles por decisões tão ilegais como criminosas, nem a dos Mau-Tempo que hoje perderão o seu trabalho na ignomínia de uma crise económica provocada e talvez não encontrem ninguém que as escreva e descreva para que a sua dor não seja absoluta, mas partilhada.

E assim, caminhando e vendo como o mundo não cresce nem em piedade nem em sabedoria apesar do tempo e dos inventos, um dia distraído chega em que te pedem algo assim como um prólogo para um grande livro que vai ser reeditado. Agradeces, dizes que o farás, mas quando te informam de que se trata de Levantado do chão experimentas os suores do homem que descobriu o fogo ou calculou a profundidade dos primeiros passos na Lua, e, já sem outro remédio que pôr-te à escrita, olharás em frente como é de lei, mas procurarás um apoio para percorrer o livro, talvez a mão de uma mulher Mau-Tempo, uma que experimentou o gozo de integrar uma manifestação sublime, embora logo, para sua desgraça, tenha descoberto que todas as festas têm um fim e às vezes, como em épocas pretéritas, a exaltação não dura mais que umas horas, o tempo necessário para que as hostes de reagrupem e o imperador mande queimar Roma. Uma mulher guia que aprendeu por experiência que os dias levantados e principais podem sê-lo todos, desde que sejam fruto do esforço e da consciência crítica, não de um tempo que não saiba assinalar factos e datas para distinguir-nos no magma confuso que nos habita e que habitamos, por esta ordem.
Ou seja, uma mulher leva-nos por dentro do livro de Saramago, esse que escreveu para contar de outra maneira a vida de gentes que se confrontam com a fatalidade como se combater fosse o seu destino e não levar um salário para casa, trabalhar em boa paz e celebrar uma boda com alguma coisa mais que uns bolos secos e a promessas de filhos que amanhã serão o sustento dos pais e hoje a aflição de ter que repartir a sardinha. Digamos então que Faustina, que se foi com o noivo e com ele, a céu aberto,

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

E esta , hem!!! Artigo de jornal russo sobre Portugal

Source: Pravda.ru


Foram tomadas medidas draconianas esta semana em Portugal, pelo
Governo liberal de José Sócrates. Mais um caso de um outro governo de
centro-direita pedindo ao povo Português a fazer sacrifícios, um apelo
repetido vezes sem fim a esta nação trabalhadora, sofredora,
historicamente deslizando cada vez mais no atoleiro da miséria.


E não é porque eles serem portugueses.


Vá o leitor ao Luxemburgo, que lidera todos os indicadores
socioeconómicos, e vai descobrir que doze por cento da população é
portuguesa, oriunda de um povo que construiu um império que se
estendia por quatro continentes e que controlava o litoral desde
Ceuta, na costa atlântica, tornando a costa africana até ao Cabo da
Boa Esperança, a costa oriental da África, no Oceano Índico, o Mar
Arábico, o Golfo da Pérsia, a costa ocidental da Índia e Sri Lanka. E
foi o primeiro povo europeu a chegar ao Japão….e à Austrália.


Esta semana, o Primeiro Ministro José Sócrates lançou uma nova onda
dos seus pacotes de austeridade, corte de salários e aumento do IVA,
mais medidas cosméticas tomadas num clima de política de laboratório
por académicos arrogantes e altivos desprovidos de qualquer contacto
com o mundo real, um esteio na classe política elitista Português no
Partido Social Democrata (PSD) e Partido Socialista (PS), gangorras de
má gestão política que têm assolado o país desde anos 80.


O objectivo? Para reduzir o défice. Porquê?


Porque a União Europeia assim o diz. Mas é só a UE?


Não, não é. O maravilhoso sistema em que a União Europeia se deixou
sugar, é aquele em que as agências de Ratings, Fitch, Moody's e
Standard and Poor's, baseadas nos Estados Unidos da América (onde
havia de ser?) virtual e fisicamente, controlam as políticas fiscais,
económicas e sociais dos Estados-Membros da União Europeia através da
atribuição das notações de crédito.


Com amigos como estes organismos e ainda Bruxelas, quem precisa de inimigos?


Sejamos honestos. A União Europeia é o resultado de um pacto forjado
por uma França tremente e com medo, apavorada com a Alemanha depois
das suas tropas invadiram o seu território três vezes em setenta anos,
tomando Paris com facilidade, não só uma vez mas duas vezes, e por uma
astuta Alemanha ansiosa para se reinventar após os anos de pesadelo de
Hitler. A França tem a agricultura, a Alemanha ficou com os mercados
para a sua indústria.


E Portugal? Olhem para as marcas de automóveis novos conduzidos pelos
motoristas particulares para transportar exércitos de "assessores"
(estes parecem ser imunes a cortes de gastos) e adivinhem de que país
eles vêm? Não, eles não são Peugeot e Citroen ou Renault. Eles são os
Mercedes e BMWs. Topo-de-gama, é claro.


Os sucessivos governos formados pelos dois principais partidos, PSD
(Partido Social Democrata da direita) e PS (Socialista, do centro),
têm sistematicamente jogado os interesses de Portugal e dos
portugueses pelo esgoto abaixo, destruindo a sua agricultura
(agricultores portugueses são pagos para não produzir!!) e a sua
indústria (desapareceu!!) e sua pesca (arrastões espanhóis em águas
lusas!!), a troco de quê?


O quê é que as contra-partidas renderam, a não ser a aniquilação total
de qualquer possibilidade de criar emprego e riqueza numa base
sustentável?


Aníbal Cavaco Silva, agora Presidente, mas primeiro-ministro durante
uma década, entre 1985 e 1995, anos em que despejaram bilhões de euros
através das suas mãos a partir dos fundos estruturais e do
desenvolvimento da UE, é um excelente exemplo de um dos melhores
políticos de Portugal. Eleito fundamentalmente porque ele é
considerado "sério" e "honesto" (em terra de cegos, quem vê é rei),
como se isso fosse um motivo para eleger um líder (que só em Portugal,
é!!) e como se a maioria dos restantes políticos (PSD/PS) fossem um
bando de sanguessugas e parasitas inúteis (que são), ele é o pai do
défice público em Portugal e o campeão de gastos públicos.


A sua “política de betão” foi bem concebida, mas como sempre, mal
planeada, o resultado de uma inapta, descoordenada e, às vezes
inexistente localização no modelo governativo do departamento do
Ordenamento do Território, vergado, como habitualmente, a interesses
investidos que sugam o país e seu povo.


Uma grande parte dos fundos da UE foram canalizadas para a construção
de pontes e auto-estradas para abrir o país a Lisboa, facilitando o
transporte interno e fomentando a construção de parques industriais
nas cidades do interior para atrair a grande parte da população que
assentava no litoral.


O resultado concreto, foi que as pessoas agora tinham os meios para
fugirem do interior e chegar ao litoral ainda mais rápido. Os parques
industriais nunca ficaram repletos e as indústrias que foram criadas,
em muitos casos já fecharam.


Uma grande percentagem do dinheiro dos contribuintes da UE
vaporizou-se em empresas e esquemas fantasmas. Foram comprados
Ferraris. Foram encomendados Lamborghini, Maserati. Foram organizadas
caçadas de javalí em Espanha. Foram remodeladas casas particulares. O
Governo e Aníbal Silva ficaram a observar, no seu primeiro mandato,
enquanto o dinheiro foi desperdiçado. No seu segundo mandato, Aníbal
Silva ficou a observar os membros do seu governo a perderem o controle
e a participarem.


Então, ele tentou desesperadamente distanciar-se do seu próprio
partido político.


E ele é um dos melhores?


Depois de Aníbal Silva veio o bem-intencionado e humanitário, António
Guterres (PS), um excelente Alto Comissário para os Refugiados e um
candidato perfeito para Secretário-Geral da ONU, mas um buraco negro
em termos de (má) gestão financeira. Ele foi seguido pelo excelente
diplomata, mas abominável primeiro-ministro José Barroso (PSD) (agora
Presidente da Comissão da EU, “Eu vou ser primeiro-ministro, só que
não sei quando”) que criou mais problemas com o seu discurso do que
com os que resolveu, passou a batata quente para Pedro Lopes (PSD),
que não tinha qualquer hipótese ou capacidade para governar e não viu
a armadilha. Resultando em dois mandatos de José Sócrates; um Ministro
do Ambiente competente, que até formou um bom governo de maioria e
tentou corajosamente corrigir erros anteriores. Mas foi rapidamente
asfixiado pelos interesses instalados.


Agora, as medidas de austeridade apresentadas por este
primeiro-ministro, são o resultado da sua própria inépcia para
enfrentar esses interesses, no período que antecedeu a última crise
mundial do capitalismo (aquela em que os líderes financeiros do mundo
foram buscar três triliões de dólares (???) de um dia para o outro
para salvar uma mão cheia de banqueiros irresponsáveis, enquanto nada
foi produzido para pagar pensões dignas, programas de saúde ou
projetos de educação).


E, assim como seus antecessores, José Sócrates, agora com minoria,
demonstra falta de inteligência emocional, permitindo que os seus
ministros pratiquem e implementem políticas de laboratório, que
obviamente serão contra-producentes.


O Pravda.Ru entrevistou 100 funcionários, cujos salários vão ser
reduzidos. Aqui estão os resultados:


Eles vão cortar o meu salário em 5%, por isso vou trabalhar menos (94%).


Eles vão cortar o meu salário em 5%, por isso vou fazer o meu melhor
para me aposentar cedo, mudar de emprego ou abandonar o país (5%)


Concordo com o sacrifício (1%)


Um por cento. Quanto ao aumento dos impostos, a reação imediata será
que a economia encolhe ainda mais enquanto as pessoas começam a fazer
reduções simbólicas, que multiplicado pela população de Portugal, 10
milhões, afetará a criação de postos de trabalho, implicando a
obrigatoriedade do Estado a intervir e evidentemente enviará a
economia para uma segunda (e no caso de Portugal, contínua) recessão.


Não é preciso ser cientista de física quântica para perceber isso. O
idiota e avançado mental que sonhou com esses esquemas, tem os
resultados num pedaço de papel, onde eles vão ficar!!


É verdade, as medidas são um sinal claro para as agências de rating,
que o Governo de Portugal está disposto a tomar medidas fortes, mas
à custa, como sempre, do povo português.


Quanto ao futuro, as pesquisas de opinião providenciam uma previsão de
um retorno do Governo de Portugal para o PSD, enquanto os partidos de
esquerda (Bloco de Esquerda e Partido Comunista Português) não
conseguem convencer o eleitorado com as suas ideias e propostas.


Só em Portugal, a classe elitista dos políticos PSD/PS seria capaz de
punir o povo por se atrever a ser independente. Essa classe, enviou os
interesses de Portugal para o ralo, pediu sacrifícios ao longo de
décadas, não produziu nada e continuou a massacrar o povo com mais
castigos.


Esses traidores estão a levar cada vez mais portugueses a questionarem
se não deveriam ter sido assimilados há séculos pela Espanha.


Que convidativo, o ditado português “Quem não está bem, que se mude”.
Certos, bem longe de Portugal, como todos os que podem estão a fazer.
Bons estudantes a jorrarem pelas fronteiras fora. Que comentário
lamentável para um país maravilhoso, um povo fantástico e uma classe
política abominável


Timothy Bancroft-Hinchey


Pravda.Ru

sábado, 30 de outubro de 2010

..o relógio parou precisamente às 13h40m,

 pausa para alimentação obrigatória, descanso e análise aos anteriores 220m.

Opiniões unânimes de que estavam reunidas condições para  a participação dos associados em mais um acto de extrema importância na vida da CASA, e neste,  o numero de votantes ( 231 em 307 recenseados ) iria ser elevado .

 ..volta o relógio a parar passados 480m da abertura,

vai dar-se inicio à contagem final...votantes 231, abstenção 24,76%.
66,66% A, 30,73% B, brancos 1,74% e nulos 0,87% ,

 palavras para quê, contra factos não há argumentos sérios e verdadeiros, que sejam suficientes para denegrir axincalhar a  RESPONSABILIDADE E RIGOR colocadas ao dispor dos associados ao longo do tempo  através do acto democrático das eleições.
já dizia (Gandhi) no mundo há riqueza suficiente para satisfazer as necessidades de todos,

mas não para alimentar a ganância de cada um. DISSE

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

VIRTUALIDADES

num dia destes....
Entrei apressado e com muita fome no restaurante.
Escolhi uma mesa bem
afastada do movimento, porque queria aproveitar os poucos minutos que
dispunha naquele dia, para comer e acertar alguns bugs de
programação num
sistema que estava a desenvolver, além de planear a minha viagem
de férias,
coisa que há tempos que não sei o que são.
Pedi um filete de salmão com alcaparras em manteiga, uma salada e
um sumo
de
laranja, afinal de contas fome é fome, mas regime é regime não é?
Abri o meu portátil e apanhei um susto com aquela voz baixinha
atrás de mim:
- Senhor, não tem umas moedinhas?
- Não tenho, menino.
- Só uma moedinha para comprar um pão.
- Está bem, eu compro um.
Para variar, a minha caixa de entrada está cheia de e-mail.
Fico distraído a ver poesias, as formatações lindas, rindo com as piadas malucas.
Ah! Essa música leva-me até Londres e às boas lembranças de tempos
áureos.
- Senhor, peça para colocar margarina e queijo.
Percebo nessa altura que o menino tinha ficado ali.
- Ok. Vou pedir, mas depois deixas-me trabalhar, estou muito
ocupado, está bem?
Chega a minha refeição e com ela o meu mal-estar. Faço o pedido do
menino, e
o empregado pergunta-me se quero que mande o menino ir embora.
O peso na consciência, impedem-me
de o dizer.
Digo que está tudo bem. Deixe-o ficar. Que traga o pão e, mais uma
refeição
decente para ele.
Então sentou-se à minha frente e perguntou:
- Senhor o que está fazer?
- Estou a ler uns e-mail.
- O que são e-mail?
- São mensagens electrónicas mandadas por pessoas via Internet
(sabia que ele não ia entender nada, mas, a título de livrar-me de questionários desses):
- É como se fosse uma
carta, só que via Internet.
- Senhor você tem Internet?
- Tenho sim, essencial no mundo de hoje.
- O que é Internet ?
- É um local no computador, onde podemos ver e ouvir muitas
coisas,
notícias, músicas, conhecer pessoas, ler, escrever, sonhar,
trabalhar,
aprender. Tem de tudo no mundo virtual.
- E o que é virtual?
Resolvo dar uma explicação simplificada, sabendo com certeza que
ele pouco
vai entender e deixar-me-ia almoçar,
sem culpas.
- Virtual é um local que imaginamos, algo que não podemos tocar,
apanhar,
pegar... é lá que criamos um monte de coisas que gostaríamos de
fazer.
Criamos as nossas fantasias, transformamos o mundo em quase como
queríamos
que fosse.
- Que bom isso. Gostei!
- Menino, entendeste o significado da palavra virtual?
- Sim, também vivo neste mundo virtual.
- Tens computador?! - Exclamo eu!!!
- Não, mas o meu mundo também é
vivido dessa maneira...Virtual.
A minha mãe fica todo dia fora, chega muito tarde, quase não a
vejo,
enquanto eu fico a cuidar do meu irmão pequeno que vive a chorar
de fome e
eu dou-lhe água para ele pensar que é sopa, a minha irmã mais
velha sai todo
dia também, diz que vai vender o corpo, mas não entendo, porque
ela volta
sempre com o corpo, o meu pai está na cadeia há muito tempo, mas
imagino
sempre a nossa família toda junta em casa, muita comida, muitos
brinquedos
de natal e eu a estudar na escola para vir a ser um médico um dia.
Isto é virtual não é senhor???
Fechei o
portátil, mas não fui a tempo de impedir que as lágrimas
caíssem
sobre o teclado.
Esperei que o menino acabasse de literalmente 'devorar' o prato
dele,
paguei, e dei-lhe o troco, que me retribuiu com um dos mais belos
e sinceros
sorrisos que já recebi na vida e com um
Brigado senhor, você é muito simpático!'.
Ali, naquele instante, tive a maior prova do virtualismo
insensato em que
vivemos todos os dias, enquanto a realidade cruel nos rodeia de
verdade e
fazemos de conta que não
percebemos!

só me apetece GRITAR


Li

Sobre o processo da lei de financiamento dos partidos e das campanhas eleitorais

Sobre o processo da lei de financiamento dos partidos e das campanhas eleitorais

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

a desta SEMANA

CONCLUSÃO EVIDENTE

Na economia neoliberal,
Quanto menos você souber,

mais dinheiro conseguirá realizar.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

isto começa a ficar cinzentão

Orçamento do Estado


Todos os nossos governantes falam em cortes das despesas, mas não dizem quais, e aumentos de impostos, a pagar pela malta.

Não ouvi foi nenhum governante falar em:

. Redução dos deputados da Assembleia da República e seus gabinetes, profissionalizá-los como no estrangeiro.
. Reforma das mordemias na Assembleia da República como, almoços com digestivos a € 1,50.
. Acabar com os milhares de Institutos que não servem para nada e tem funcionários e administradores com 2º ou 3º emprego.
. Acabar com as empresas Municipais, com Administradores de milhares de euros mês e que não servem para nada.
. Acabar com os Governos Civis.
. Redução drástica das Câmaras Municipais, Assembleias, etc.
. Redução drástica das Juntas de Freguesia.
. Acabar com o pagamento de € 200 por presença de cada pessoa nas reuniões das Câmaras e € 75 nas Juntas de Freguesia.
. Acabar com o Financiamento aos Partidos.
. Acabar com a distribuição de carros a Presidentes, Assessores, etc, das Câmaras, Juntas, etc que se deslocam em uso particular pelo País. No estrangeiro isto não acontece.
. Acabar com os motoristas particulares 20 h/dia.
. Acabar com a renovação sistemática de frotas de carros.
. Colocar chapas de identificação em todos os carros do Estado.
. Acabar com o vaivém semanal dos deputados dos Açores e Madeira e, respectivas estadias em Lisboa em hotéis cinco estrelas.
. Controlar o pessoal da Função Pública que nunca está no local de trabalho e que faz trabalhos nesse tempo, para o Estado.
. Acabar com os milhares de pareceres jurídicos, caríssimos.
. Acabar com as várias reformas por pessoa, do pessoal do Estado.
. Pedir o pagamento dos milhões dos empréstimos dos contribuintes ao BPN e BPP.

. Por aí fora.
. Recuperemos depressa a nossa posição.
. Já estou cansado....., isto não pode continuar assim.

ORGANIZEM - SE

terça-feira, 5 de outubro de 2010

FW: Vê esta playlist: americos Playlist por americo

Olá,

Acho que gostarias de conhecer a playlist americos Playlist de americo - escuta-a em Música do MySpace.

http://www.myspace.com/americoaze/music/playlists/americo-s-playlist-142727

Diverte-te!

Listen to the americo's Playlist playlist by americo on MySpace Music , where you can stream full songs for free and purchase MP3s.


E tudo vira fumaça…


A realidade vai se misturando ao tempo e assim se dissipando feita fumaça.
Feita fumaça minha imagem vai sumindo da sua lembrança…
Da sua vida.
Do seu coração.

Assim… feita uma fumaça!

li 

viva a REPÚBLICA......


'The Geisha' from Jacques Magazine on Vimeo.

sábado, 25 de setembro de 2010

Por mais que queira
Transformar o amor num acto trivial
Contigo não consegui.
Foram demasiados e belos os momentos,
Surpresas raras, sonhos impossíveis
Que tu me ofereceste.
E tudo isso que me deste
Nunca mais poderei esquecer.

RAY CHARLES-IF YOU GO AWAY.wmv

sábado, 18 de setembro de 2010

Norah Jones - All Your Love

NORAH JONES - I've Got to See You Again

Aaron Neville - When A Man Loves A Woman

Aaron Neville - When A Man Loves A Woman

Kem - I Can't Stop Loving You

Phil Collins - Can't stop loving you (HQ Live 2004)

RAY CHARLES "I Can't Stop Loving You"

The Walkmen - Angela Surf City

The Walkmen - Lisbon - 4 - Blue As Your Blood

sábado, 11 de setembro de 2010

Uma bugiganga para o século XXI

Se a pulseira do equilíbrio produzisse, de facto, equilíbrio, assim que o seu proprietário a colocasse no pulso pensaria: "Espera aí, acabei de dar mais de 30 euros por uma argola de borracha. Percebo agora que não foi uma decisão particularmente equilibrada. Vou à loja tentar recuperar o dinheiro
De acordo com os últimos dados, mais de 20 mil portugueses já adquiriram a milagrosa pulseira que todos os estudos científicos dizem não funcionar. Não admira. De que serve um estudo científico se a pulseira é ainda mais científica? Um dos responsáveis pela distribuição da pulseira em Portugal revelou ao Correio da Manhã que o segredo está nos "dois hologramas quânticos embebidos numa frequência com iões negativos" que vão "estabilizar a nossa frequência". Quando o jornal confrontou um professor de Física da Universidade de Coimbra com esta explicação, aconteceu o habitual: obviamente invejoso por nunca ter embebido hologramas em iões, o professor disse que aquele paleio pseudocientífico não fazia qualquer sentido. Infelizmente, na comunidade científica é sempre assim: bem podem as pulseiras reluzir nas montras, com os hologramas ainda a pingar iões, que haverá sempre alguém a negar que as nossas frequências possam ser estabilizadas pelas frequências quânticas. A desfaçatez!

Dito isto, devo, no entanto, confessar que sou moderadamente cético quanto às capacidades da pulseira. Não digo que a pulseira do equilíbrio não provoque bem-estar. O que digo é que provoca mais em quem a comercializa do que em quem a usa. Creio que, se a pulseira do equilíbrio produzisse, de facto, equilíbrio, assim que o seu proprietário a colocasse no pulso pensaria: "Espera aí, acabei de dar mais de 30 euros por uma argola de borracha. Percebo agora que não foi uma decisão particularmente equilibrada. Vou à loja tentar recuperar o dinheiro." No entanto, é falso que a pulseira não produza qualquer efeito. Quem a usa passa a empenhar-se numa espécie de proselitismo gratuito, informando os amigos dos benefícios de andar com coisas quânticas ao dependuro. E é possível que a energia despendida nesta tarefa produza efeitos saudáveis, uma vez que explicar um processo fantasioso através de palavras que não se compreendem constitui um esforço notável.
Pela minha parte, começo a sentir alguns efeitos da pulseira mesmo não a tendo adquirido. A admiração que tenho pelo fenómeno levou-me a agir de um modo que, segundo creio, não tardará em produzir melhoras na minha qualidade de vida. O meu plano é encomendar 50 mil anilhas para pombos a dez cêntimos cada. Depois, mergulhá-las num caldo de iões tão quânticos quanto me for possível, e vendê-las a 30 euros a unidade sob a designação de "O Anel da Temperança". E, anualmente, renovar o stock de charlatanice quântica com novidades. O Colar da Constância, Os Brincos da Estabilidade e A Gargantilha da Harmonia garantir-me-ão, acredito, negócio para a próxima década. Estejam atentos.

sábado, 28 de agosto de 2010

hoje "sou" feliz ...e canto

Eu não posso deixar

Que o tempo te leve jamais
Para longe de mim
Pois o nosso romance
Minha vida, ... tão lindo...
És quem manda e desmanda
NesTe coração
Que só bate em razão de te amar
Daria o mundo a você
Se preciso...
Você tem o aroma das rosas
Me envolve em teu cheiro
E assim faz ninar
A imensa vontade de estar
Ao Teu lado...
Nem o mar
Nem o brilho encantante
Como o dos seus olhos
Minha Pedra Rara
Eu não vou negar, sem você
Meu mundo pára...
Mil voltas e voltas que dei
Querendo de uma vez encontrar
Alguém que levasse a sério
Amar!
Mil voltas e voltas que dei
Querendo de uma vez encontrar
Alguém igual a você

Beleza Rara...

Hoje sou feliz e canto .....Só por causa de você
Hoje sou feliz, feliz
E canto
Só porque amo amor Você!
Hoje sou feliz e canto Só por causa de você
Hoje sou feliz, feliz
E canto
Só porque amo amor Você!...
Hoje sou feliz e canto Só por causa de você
Hoje sou feliz, feliz
E canto
Só porque amo amor Você!...

da amiga Ivete

domingo, 22 de agosto de 2010

só pode ser do manel ....

luar da noite de 21 para 22 de agosto,captado por um grande profissional que quis reservar a sua identidade, na praia de Armação de Pêra.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010


O que eu sempre soube acerca das mulheres mas ainda assim tive de perguntar


TRATAM-NOS MAL, mas querem que as tratemos bem. Apaixonam-se por serial-Killers e depois queixam-se de que nem um postalinho. Escrevem que se desunham. Fingem acreditar nas nossas mentiras desde que tenhamos graça a pregá-las. Aceitam-nos e toleram-nos porque se acham superiores. São superiores. Não têm o gene da violência, embora seja melhor não as provocarmos. Perdoam facilmente mas nunca esquecem. Bebem cicuta ao pequeno almoço e destilam mel ao jantar. Têm uma capacidade de entrega que até doi. São óptimas mães até que os filhos fazem dez anos, depois perdem o norte. Pelam-se por jogos eróticos mas com o sexo já depende. Têm dias....



...têm noites. Conseguem ser tão calculistas e maldosas como qualquer homem, só que com muito mais nível. Inventaram o telemóvel ao volante. São corajosas e quando se lhes mete uma coisa na cabeça levam tudo à frente. Fazem-se parvas porque o seguro morreu de velho e estão muito escaldadas. Fazem-se de de inocentes e (milagre) por esse acto de vontade tornam-se mesmo inocentes. Nunca perdem a capacidade de se deslumbrarem. Riem quando estão tristes, choram quando estão felizes. Não compreendem nada. Compreendem tudo. Sabem que o corpo é passageiro. Sabem que na viagem há que tratar bem o passageiro e que o amor é um bom fio condutor. Não são de confiança, mas até a mais infiel das mulheres é mais leal que o mais fiel dos homens. São tramadas. Comem-nos as papas na cabeça, mas depois levam-nos a colher à boca. A única coisa em nós que é para elas um mistério é a jantarada de amigos. Elas quando jogam é para ganhar.






Por Rui Zink

E é tudo. Ah, não, há ainda mais uma coisa. Acreditam no Amor com A grande mas, para nossa sorte, contentam-se com pouco.

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