segunda-feira, 14 de dezembro de 2009



O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.

O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas. O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.

Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.

O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.

E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.

Ou nós, ou o palhaço.

O palhaço
2009-12-14
MÁRIO CRESPO, JORNALISTA

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

...para mais tarde recordar


11 de Dezembro de 2009
editou a Taxitronic esta notícia no seu jornal electrónico :
La Central Autocoope de Lisboa, Portugal, confía en la tecnología TAXITRONIC. A día de hoy podemos comunicar un nuevo e importante éxito: La central AUTOCOOPE de Lisboa, en Portugal, se ha decidido por la tecnología avantguard de TAXITRONIC y equipará su central con el software de gestión de flotas TAXITRONIC y montará en sus 500 coches nuestro equipo estrella: GOBOX BCT®. Esto demuestra la confianza de los taxistas de Portugal en nuestra tecnología y augura un futuro esperanzador después de pasar por unos momentos nada fáciles. Felicidades a todos los que han participado para conseguir ese proyecto ilusionante!!!!! Gracias también a nuestros más de 60 centrales y 100 distribuidores en todo el mundo que con su confianza y sobre todo su fidelidad nos han ayudado a superar el momento, juntos somos fuertes y juntos miramos a un futuro seguro. Parabéns a todos que participaram para conseguir esse projeto emocionante!!!Com um agradecimento especial ao IMTT pela sua comparticipação e financiamento neste trabalho que sem ele se reduziriam as possibilidades de concretização, o nosso muito OBRIGADO


Americo Azevedo Tesorero de Autocoope, Malleu Solá Director General de Interfacom y Carlos Ramos Presidente de la Junta Directiva de Autocoope
intercambian los contratos firmados.

sábado, 5 de dezembro de 2009


CAMPEONATO DO MUNDO DE FUTEBOL 2010

Group G - locais onde se vão realizar os nossos jogos na 1ª fase...


15/06 - 16:00 Nelson Mandela Bay Côte d'Ivoire - Portugal

21/06 - 13:30 Cape Town Portugal - Korea DPR


25/06 - 16:00 Durban Portugal - Brazil


FORÇA PORTUGAL

"todos juntos nesta luta toda"

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

vem...

Estar envolvido num escândalo é grave; 
 estar metido em vários é uma garantia de segurança
Há mais de dez minutos que não vem a público um escândalo envolvendo o nome de José Sócrates. Que se passa com este país? O escândalo Face Oculta perdeu o encanto inicial, o escândalo Freeport deixou de produzir notícias, o escândalo das escutas ao Presidente da República esmoreceu, o escândalo da Universidade Independente parece estar parado, o escândalo das casas projectadas na Guarda prometeu mais do que cumpriu, e confesso já ter esquecido o que estava em causa no escândalo Cova da Beira. Julgo falar em nome de todos quando digo que precisamos urgentemente de um novo escândalo.
José Sócrates, certamente, não se importa: o primeiro-ministro parece ter tomado uma vacina contra os escândalos. Não há suspeita de indecência escabrosa à qual ele seja vulnerável. Políticos menos resistentes já foram obrigados a demitir-se por causa de anedotas, de sisas que afinal tinham pago, de corninhos. O primeiro-ministro transita de escândalo em escândalo como Tarzan de liana em liana. Nenhum homem é uma ilha, diz o poeta, mas José Sócrates é um homem rodeado de escândalos por todos os lados.
Não há escândalo que consiga verdadeiramente furar a barreira de escândalos que o rodeia. Aparece um escândalo novo e a opinião pública boceja: já vimos melhor. Surge uma suspeita inédita e o País encolhe os ombros: podia ser mais escandalosa. Estar envolvido num escândalo é grave; estar metido em vários é uma garantia de segurança. O povo conhece José Sócrates há já algum tempo e sabe que ele pode estar envolvido num escândalo, mas duvida que ele tenha a iniciativa, o desembaraço e a capacidade de trabalho para estar envolvido em tantos.
O problema da oposição é, justamente, de abundância: encontra-se perante os escândalos como o burro de Buridan em frente ao feno. De todos os paradoxos filosóficos em que comparecem asnos, este é o meu preferido: o burro faminto tem diante de si dois montes de feno exactamente iguais. Não havendo uma razão para optar por um em vez de outro, é incapaz de escolher e morre de fome. No caso de Sócrates, os escândalos são os montes de feno e a oposição é o burro (há acasos felizes na vida de quem se entretém a compor símiles). A única diferença é que o burro morre sossegado, enquanto os dirigentes dos partidos da oposição definham aniquilando-se mutuamente. Mas ninguém espera que os militantes do PSD tenham o discernimento de um burro.

by RAP to 
américoaze

sábado, 7 de novembro de 2009

Defunto na suíça vira Diamante


Agora a moda é, em vez de ser enterrado em um caixão, ou  ser cremado, virar  diamante após a morte.

Ao custo  de alguns milhares de euros e graças a uma sofisticada transformação  química, uma empresa suíça agora garante ao falecido reservar seu  lugar na eternidade sob a forma de um diamante humano.
Na Suíça,  a empresa Algordanza recebe a cada mês entre 40 e 50 urnas funerárias procedentes de  todo o mundo. Seu conteúdo será pacientemente transformado em  pedra  preciosa.
'Quinhentos gramas de cinzas bastam para  fazer um diamante, enquanto o corpo humano deixa uma média de  2,5  a 3 kg depois da cremação', explica  Rinaldo Willy, um dos co-fundadores do laboratório onde as máquinas  funcionam sem interrupção 24 horas por dia. Ou seja, cada defunto  pode gerar uns 5 diamantes, ou mais, dá para  distribuir para toda família.
Os restos humanos são submetidos a  várias etapas de transformação. Primeiro, viram carbono, depois  grafite. Em seguida são expostos a temperaturas de 1.700 graus,  finalmente se transformam em diamantes artificiais num  prazo de quatro a seis semanas. Na natureza, o mesmo processo leva  milênios.
'Cada diamante é único. A cor varia  do azul escuro até quase branco. É um reflexo da personalidade',  comenta Willy. A personalidade pela cor? Que coisa doida!
Uma vez  obtido, o diamante  bruto é polido e talhado na forma desejada pelos  familiares do falecido para depois ser usado num anel ou num  cordão.
Já pensou poder levar seu ente querido, depois da morte, em um colar ou  anel? Se perguntarem sobre o falecido você vai poder dizer:  'Ele é uma  jóia'.
Se roubarem o diamante é que é o problema,  você vai ter que gritar: 'Roubaram o defunto, pega  ladrão'!
O preço desta alma translúcida oscila entre  2.800 e 10.600 euros, segundo o peso da pedra (de  0,25  a um quilate), o que, segundo Willy, vale a  pena, já que um enterro completo  custa, por exemplo, 12.000 euros na Alemanha.  

Está vendo, a moda tem tudo para pegar, é até mais barato transformar o defunto em jóia!
A indústria  do 'diamante humano'  está em plena expansão, com empresas instaladas na  Espanha, Rússia, Ucrânia e Estados Unidos.
A mobilidade da vida  moderna é propícia para o setor, explica Willy, que destaca a  dificuldade de se deslocar com uma urna funerária ou o melindre  provocado por guardar as cinzas  de um falecido na própria  casa.

domingo, 27 de setembro de 2009

domingo, 9 de agosto de 2009

a minha ida à GUERRA ...

vitima de um problema cardio-vascular, faleceu ontem pelas 11h num hospital a cidade o RAUL SOLNADO, não necessito dizer quem foi, quem era, pois todos o conhecem. mas simplesmente recordar o que ele em variadissimas ocasiões desejava que nós fossemos:

FELIZES

pois bem, raul descansa em paz, que nós vamo-nos esforçar e tentar ser felizes......


sábado, 25 de julho de 2009

uma questão de saúde ...

mulher



de Paulo Coelho
conheçamos a sua opinião:

Não importa o quanto pesa. É fascinante tocar, abraçar e acariciar o corpo de uma mulher. Saber seu peso não nos proporciona nenhuma emoção.

Não temos a menor ideia de qual seja seu manequim. Nossa avaliação é visual, isso quer dizer, se tem forma de guitarra... está bem. Não nos importa quanto medem em centímetros - é uma questão de proporções, não de medidas.



As proporções ideais do corpo de uma mulher são: curvilíneas, cheiinhas, femininas... . Essa classe de corpo que, sem dúvida, se nota numa fracção de segundo. As magrinhas que desfilam nas passarelas, seguem a tendência desenhada por estilistas que, diga-se de passagem, são todos gays e odeiam as mulheres e com elas competem.
Suas modas são rectas e sem formas e agridem o corpo que eles odeiam porque não podem tê-los.

Não há beleza mais irresistível na mulher do que a feminilidade e a doçura. A elegância e o bom trato, são equivalentes a mil viagras.





A maquilhagem foi inventada para que as mulheres a usem. Usem! Para andar de cara lavada, basta a nossa. Os cabelos, quanto mais tratados, melhor.

As saias foram inventadas para mostrar suas magníficas pernas.. Porque razão as cobrem com calças longas? Para que as confundam connosco? Uma onda é uma onda, as cadeiras são cadeiras e pronto. Se a natureza lhes deu estas formas curvilíneas, foi por alguma razão e eu reitero: nós gostamos assim. Ocultar essas formas, é como ter o melhor sofá embalado no sótão.


É essa a lei da natureza... que todo aquele que se casa com uma modelo magra, anoréxica, bulémica e nervosa logo procura uma amante cheiinha, simpática, tranquila e cheia de saúde.


Entendam de uma vez! Tratem de agradar a nós e não a vocês. porque, nunca terão uma referência objectiva, do quanto são lindas, dita por uma mulher. Nenhuma mulher vai reconhecer jamais, diante de um homem, com sinceridade, que outra mulher é linda.


As jovens são lindas... mas as de 40 para cima, são verdadeiros pratos fortes. Por tantas delas somos capazes de atravessar o atlântico a nado. O corpo muda... cresce. Não podem pensar, sem ficarem psicóticas que podem entrar no mesmo vestido que usavam aos 18. Entretanto uma mulher de 45, na qual entre na roupa que usou aos 18 anos, ou tem problemas de desenvolvimento ou está se auto-destruindo.

Nós gostamos das mulheres que sabem conduzir sua vida com equilíbrio e sabem controlar sua natural tendência a culpas. Ou seja, aquela que quando tem que comer, come com vontade (a dieta virá em Setembro, não antes; quando tem que fazer dieta, faz dieta com vontade (não se saboreia e não sofre); quando tem que ter intimidade com o parceiro, tem com vontade; quando tem que comprar algo que goste, compra; quando tem que economizar, economiza.

Algumas linhas no rosto, algumas cicatrizes no ventre, algumas marcas de estrias não lhes tira a beleza. São feridas de guerra, testemunhas de que fizeram algo em suas vidas, não tiveram anos 'em formol' nem em spa's... viveram! O corpo da mulher é a prova de que Deus existe. É o sagrado recinto da gestação de todos os homens, onde foram alimentados, ninados e nós, sem querer, as enchemos de estrias, de cesárias e demais coisas que tiveram que acontecer para estarmos vivos.
Cuidem-no! Cuidem-se! Amem-se!

A beleza é tudo isto.
Paulo Coelho









...eu CONCORDO, e tu

quinta-feira, 23 de julho de 2009

como prenda de mais um aniversário, a somar a tantos outros já registados, contemplou-me o meu filho Piranha, com bilhete para assistir ao "último" ( derivado aos avançados anitos da malta desta banda, poderia bem ser, pessoal que à sua conta já vão a caminho de 7 décadas ) concerto dado nesta tourné europeia pelos cowboys da coca, digo, Eagles, nos passados anos setentas era assim que eram conhecidos e que se deram a conhecer ao mundo em geral com um Hotel de 5 estrelas, o CALIFÒRNIA. Soberbo trabalho de puro rock and rooll, re(a)finado e muito bem intrepretado por destintos senhores que nesta altura do seu campeonato tratam este genero de musíca por TU, houve momentos que me apetecia ter ali um sofá para poder com muito prazer deliciar este P.E.B. ( produto externo brutal ) Mais uma vez o meu muito obrigado por teres tido tão agradável lembrança FILHÃO

















, BEM HAJAS


terça-feira, 21 de julho de 2009

...que mais nos irá acontecer ?

Mais vasta e perniciosa do que a pandemia de gripe A, talvez só a pandemia de informações acerca da gripe A. Julgo que Esopo escreveu a fábula Pedro e o Lobo apenas porque, na Antiguidade, não havia jornais. Se houvesse, estou certo de que teria optado por escrever a fábula O jornalista e a pandemia.

Que me lembre, esta é a terceira pandemia que o mundo enfrenta com sucesso no espaço de 10 anos. Primeiro, a doença das vacas loucas ia dizimar dois terços da humanidade, e a imprensa publicou artigos que ensinavam a distinguir um bife infectado de um bife escorreito, entrevistas a cientistas, criadores de gado e homens do talho, e reportagens sobre ministros que comiam miolos. Depois, a gripe das aves ia matar mais do que a peste negra. Vários pombos faleceram e algumas gaivotas ficaram estropiadas para sempre, mas a pandemia acabou por nunca se verificar. Neste momento, vivemos a pandemia da gripe suína. Já foi dito que a gripe A é menos perigosa e letal do que a gripe vulgar, mas até agora isso não impediu nenhum jornalista de ir para a porta do hospital contar toda a gente que entra nas urgências a espirrar. Se, de facto, estamos perante uma versão mais fraca mas igualmente contagiosa da gripe normal, os jornalistas terão muito trabalho para acompanhar todos os casos, como parece ter sido a intenção até aqui. Todos os estágios da gripe A terão de ser relatados, e portanto não bastará comunicar ao país que se registaram 20 novos casos. Será necessário informar que os 73 casos registados no distrito de Setúbal já estão a canja de galinha, ao passo que os 92 casos do distrito de Beja ainda se assoam com uma regularidade apreciável (12 vezes por hora).

É certo que será urgente descobrir um tratamento eficaz para todas estas doenças, mas não é menos urgente encontrar melhores nomes para elas. Vacas loucas, gripe das aves e gripe dos porcos, por muito que sejam depois rebaptizadas mais dignamente com as aborrecidas (e, logo, mais honradas) designações BSE, H5N1 e H1N1, têm problemas de credibilidade inultrapassáveis. É difícil temer doenças que atacam a bicharada com resfriados e loucura. Qualquer dia aparece o pé de atleta dos texugos, ou o herpes labial da mosca, esses sim verdadeiramente mortíferos e pandémicos - e ninguém acredita.

Acaba por ser inquietante registar que os animais andam, pelos vistos, a conspirar para gerar pandemias. Nos filmes, quem procura devastar o planeta com vírus novos são cientistas loucos. Na realidade, são vacas loucas. E porcos constipados. Felizmente, até agora, a bicharada tem evidenciado menos talento para dizimar do que para vender jornais.

disse, o ricardo araújo pereira

sexta-feira, 3 de julho de 2009

(a)maricanices & cia

O Portal


A denúncia vem no Público: um organismo, criado pelo Governo de José Sócrates para controlar as «derrapagens» e as irregularidades nos concursos públicos, foi ele próprio constratualizado sem concurso público e já «derrapou» para o dobro dos custos contratualizados sem, sequer, estar terminado.
A história começa com o Instituto da Construção e Imobiliário (InCI), organismo público responsável pela execução do Código dos Contratos Públicos e pela criação de um Portal «onde devem ser publicitados todos os ajustes directos e derrapagens, em nome da transparência e do rigor no uso dos dinheiros públicos».
Bem prega Frei Tomás: a criação do Portal foi adjudicada à Microsoft a 27 de Junho de 2008 por «ajuste directo, considerando, à data, a urgência de implementação do portal», como explicou o InCI, recorrendo ao estafado expediente da «urgência» para justificar um ajuste directo de 268 mil euros, verba que ultrapassa, largamente, os montantes máximos permitidos para esses ajustes.
Entretanto, sabe-se que a criação de um «Observatório das Obras Públicas» já foi recomendado pelo Tribunal de Contas (TC) há mais de seis anos, na sequência da análise a cinco obras públicas realizadas por gestão directa do Estado e que haviam «derrapado», todas, para mais do dobro. Foi Valente de Oliveira, ministro PSD de Durão Barroso, o primeiro a prometer esse organismo controlador das derrapagens, seguindo-se-lhe Mário Lino, actual ministro PS, que logo em Dezembro de 2005 aprovaria um «Protocolo» com esse objectivo, que até contou com dinheiros europeus. Até hoje...
Portanto, quanto a «urgências» nesta matéria, estamos conversados.
Mas a tranquibérnia não se fica por aqui. O Público apuraria que a Microsoft começou a trabalhar no Portal antes da adjudicação - o que evidencia um negócio pré-decidido -, o que também não surpreende, quando se sabe que a mesma Microsoft é uma antiga parceira nos «negócios directos» do Governo Sócrates: foi esta multinacional de Bill Gates que, como consultora do Ministério das Obras Públicas (de novo Mário Lino, esse ministro fatal...), começou por colaborar na elaboração deste «Código dos Contratos Públicos», o que colocava a sua contratação para a execução do «Portal» ao arrepio das recomendações legais – que excluem os consultores. Mas isso, obviamente, não impediria o InCI de formalizar um «ajuste directo» - a urgência era muita. Resta saber para quem.
Entretanto, a Microsoft já compensou tanta disponibilidade do Governo de Sócrates, apresentando ao InCI facturas que duplicam o valor do contrato assinado, apesar de o Portal nem sequer estar ainda concluído. Isto porque «discorda» da interpretação do contrato feita pelo Instituto, que considera ter assinado com a Microsoft um típico contrato de concepção/construção (ambas realizadas pela verba contratada), enquanto esta responde que é apenas de «concepção».
Em Janeiro de 2006 o Presidente Sampaio condecorou Bill Gates com a Ordem do Infante e o primeiro-ministro Sócrates recebeu-o como chefe de Estado. Três anos depois a Microsoft agradece com um Portal, onde mostra que já não se limita a «não brincar em serviço»: agora até brinca com o serviço. E cobra a dobrar.
Quanto ao Executivo de José Sócrates, exibe neste episódio do Portal o seu próprio paradigma: um Governo que, para parecer escrupuloso, nunca teve o menor escrúpulo.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

a mensagem.... destes ultimos dias vem de seguida com a interpretação de, talvez, os maiores interpretes da musica popular portuguesa das ultimas décadas, por assim dizer, compartilho na totalidade as palavras dos seus criadores fazendo minhas as suas eternas palavras

a carapuça é pra quem servir....

sábado, 25 de abril de 2009

sempre

entrevista ao maior escritor vivo da palavra portuguesa....

O escritor surpreendeu os portugueses ao revelar numa crónica que tinha sido operado a um cancro no intestino. Não se coíbe de falar sobre o assunto, até porque a morte é palavra habitual nas páginas dos seus livros, mas comove-se ao relembrar aqueles dias e o pós-operatório. Uma coisa é certa, saiu deste susto um homem diferente e com vontade de ser mais sincero e de outro amar.

A porta que dá entrada na garagem onde escrevia naquela tarde fica no fundo de um beco. António Lobo Antunes enterra-se num sofá preto e pede para começar a entrevista com um certo ar de vamos cumprir o combinado. No fim, dirá que nem deu pelo tempo passar e encaminha-se para a "tasca" onde pede ao empregado o habitual. Desta vez, só deu duas entrevistas para ajudar o lançamento do novo livro - O Meu Nome é Legião. Está a trabalhar no próximo...

De vez em quando ameaça que só escreverá mais dois ou três livros. Perdeu a vontade?

Não só não é isso que eu tenho vontade como tão-pouco é uma ameaça. Está muito mais relacionado com o medo de não ser mais capaz de escrever. Aparece a cada livro que acabo e pergunto-me se serei capaz de fazer um próximo. Ninguém que escreva a sério vai poder dizer isso. Também é uma espécie de negociação com a morte, deixa-me escrever mais um, mais dois, mais três... Gostava de ter tempo para escrever outro e arredondar o trabalho, é um círculo que ainda não está completo.

Quantos livros faltam para fechar esse círculo. Só mais um?

Gostava que fossem mais porque o círculo vai aumentando sem nos darmos conta. Eu gostava de viver mais duzentos anos mas é improvável que os tenha.

Sofre muito ao escrever?

Há instantes de intensa felicidade - às vezes sinto as lágrimas a caírem-me pela cara - e momentos de grande irritação porque num dia consigo fazer meia página e no noutro só três linhas. O material resiste, as palavras não chegam, o livro não sai. Normalmente as primeiras duas, três horas são perdidas, os mecanismos sensórios ainda estão muito vivos. Então, quando começo a estar cansado, as coisas começam a articular-se com mais facilidade. É como quando estamos a dormir e de repente temos a sensação de termos descoberto os segredos da vida e do mundo, mas sabemos que estamos a dormir. Lutamos para acordar e quando chegamos à superfície não temos nada, diluiu-se enquanto fomos subindo. Quando consigo um estado próximo dos sonhos é muito mais fácil trabalhar e só o tenho estando fatigado.

Já experimentou algumas substâncias para atingir esse estado artificialmente?

Nunca tomei drogas, nunca apanhei uma bebedeira na vida. Não bebo café, não me dá prazer. Acho que o único vício que tenho é fumar.

Portanto, é bem comportado?

Não é uma questão de comportamento, em casa dos meus pais não havia vinho à mesa, só água. Eram muitos filhos...

É normal os filhos romperem hábitos!

Não havia vinho à mesa da mesma maneira que a roupa passava de uns para os outros. Os meus pais deram-nos uma educação de grande austeridade, não tinham muito dinheiro.

Quando faz o julgamento da convivência com a vida acha que ambos se dão bem?

Nunca me pus esse problema, tenho tentado viver o melhor que posso. Fiz certamente muitos erros e continuarei a fazer - espero que menos - mas nós não fomos feitos para a morte, fomos feitos para a vida e sempre me custou ver o sofrimento alheio. Quando fazia muita medicina, não era só o sofrimento que custava mas a minha impotência para com ele. Acho que as pessoas não foram feitas para a morte mas para a vida e para a alegria.

Mas não há escapatória para a morte!

É mais simples do que se pensa. Este ano, tive um problema de saúde e sofri isso na pele, acho que o problema está ultrapassado mas foi um ano duro. E a minha atitude era sobretudo de espanto, e a minha preocupação era ter uma atitude digna e não cobarde. Vi pessoas com uma coragem extraordinária e aprendi com elas lições de vida, coragem e dignidade. As pessoas comportavam-se como príncipes perante a situação e eu pensava estou aqui com pessoas que são melhores do que eu, com uma imensa dignidade no sofrimento. Isso foi uma coisa que me comoveu muito e fez pensar que vale a pena viver entre os homens e com eles. Todo o sofrimento é injusto... Em nome do quê é que uma criança de três anos morre com um cancro ou uma leucemia? É muito injusto, qual a razão disso? Sempre me intrigou a razão deste sofrimento porque o do interior tê-lo-emos sempre. Estamos carregados de dúvidas e certezas e as perguntas que nos fazemos ficam muitas vezes sem resposta. Porque vivo assim, em que falhei e magoamos pessoas sem darmos conta com uma frase que para nós é completamente anódina. Julgo que o segredo é estarmos atentos aos outros mas frequentemente não estamos e, sobretudo, não reparamos que são diferentes de nós. Daí o problema de escrever, como colocar em palavras coisas que por definição são anteriores às palavras? Como tentar cercá-las com palavras? Há zonas em mim que desconheço, portas que nunca abri e que, no entanto, aparecem nos livros e provocam-me uma certa perplexidade ao querer saber de onde é que isto vem, de que profundidades nossas, que todos temos.

Por isso resguarda tanto a vida privada?

Ela não tem importância nenhuma, só a mim me diz respeito. Quando fui operado escrevi essa crónica sobre o cancro porque já havia tanto jornalista e gente à volta do hospital que resolvi ser eu a dizer: Tenho um cancro no intestino. Não me deu prazer nenhum dizê-lo e garanto que não me deu prazer nenhum tê-lo. O pós-operatório foi horrível e duro, felizmente tive a sorte de ter um grande cirurgião e de todos os que lá trabalhavam serem de uma grande delicadeza. Só tenho gratidão.

O cancro está controlado?

Está controlado, neste momento o que faço são revisões periódicas. Claro que pode haver uma surpresa - pode haver sempre! - mas até agora tem estado tudo bem. É óbvio que na véspera de uma revisão estou tenso e fico assim até saber o resultado mas também sei que se houver um problema o Henrique (o cirurgião) vai lá e resolve-o. Preciso de tempo, preciso desse tempo, preciso ainda de trabalhar.

Está a lutar contra a morte apesar dela estar sempre presente nos seus livros...

Espero que a vida também! É inútil lutar contra a morte tal como é inútil lutar contra a vida. É inútil porque a morte é uma puta - desculpem o palavrão mas é a única palavra que encontro. Quando o meu pai morreu, o padre que foi rezar a missa disse que detestava aquilo porque nós não fomos feitos para a morte. De facto não fomos... Há pessoas de quem gostávamos e que já não podemos tocar e ver e cuja morte foi tão injusta. Ainda no sábado fui a enterrar um camarada da guerra que morreu num acidente de automóvel. Foi muito comovente ver aqueles homens duros, que fizeram a guerra, a chorar como crianças. Eu chorei também, gostava muito dele e agora quando nos reunirmos ele não vai lá estar. E não faz sentido que o Zé não esteja. Eu tenho que viver pelo meu pai, pelo Cardoso Pires, pelo Melo Antunes, estão dentro de mim até eu acabar.

Como contrariar a morte?

Ela corre mais depressa do que qualquer um de nós e a única coisa que posso fazer para contrariar é escrever, a única duração que posso ter é a que os livros tiverem. E aborrece-me que seja assim, é injusto que seja assim, embora haja momentos em que todos nós desejamos morrer, de desânimo e solidão. Há momentos em que quase temos inveja dos mortos porque a vida nem sempre é agradável e fácil mas, agora depois de ver as pessoas lutarem no hospital, senti que muitos pensamentos que tinha eram indignos perante tanta grandeza.

Isso alterou a sua forma de ser?

Eu agora jogo com as cartas para cima, está tudo à vista porque é a única maneira de viver. Demorei anos a perceber porque o conhecimento da vida chega sempre tarde e pensamos que ocultando conseguimos dar boa imagem aos outros. Agora é: eu sou assim! Peguem, larguem, não posso ser amado pelo mundo inteiro embora a sede de amor seja inextinguível.

Qual é a sua atitude perante Deus?

Existe um velho provérbio húngaro que diz que na cova do lobo não há ateus, por isso julgo que não existe quem não acredite. O nada não existe na física ou na biologia e quando se lêem os grandes físicos entende-se como eram homens profundamente crentes, que chegaram a Deus através da física e da matemática e que falavam de Deus de uma maneira fascinante. A minha relação é a de um espírito naturalmente religioso, cada vez mais, não no sentido desta ou daquela igreja mas porque me parece que a ideia de Deus é óbvia. Cada vez mais o é para mim. É um bocado como diz Einstein, quando afirma que Deus não joga aos dados.

Como é essa relação?

É claro que me zango com Deus porque permite o sofrimento, mas talvez os seus desígnios tenham tais profundezas que não atinjo. O sofrimento sempre me foi incompreensível porque nascemos para a alegria. A minha atitude em relação à religião é essa, não estou a falar de igrejas, estou a falar em relação a Deus e não acredito quando as pessoas dizem que são agnósticas ou ateias. Não estou a dizer que a pessoa não esteja a ser sincera, mas dentro dela e em qualquer ponto há algo... Uma vez perguntaram ao Hemingway se acreditava em Deus e a resposta foi às vezes, à noite.

Então à noite também acredita?

Acredito sempre mas a dúvida e pôr constantemente em questão é próprio da fé. Muitas vezes pergunto-me será que existe? É óbvio que sim.

Recentemente foram reveladas as dúvidas de madre Teresa sobre a sua própria fé...

Todos os teólogos as tiveram, Sto. Ambrósio dizia "não busco compreender para crer, creio para compreender"; Sto. Agostinho esteve cheio de dúvidas toda a vida e o Sto. António... O mesmo se passa em relação aos livros, pergunto-me será que isto está bem feito? Não é esta palavra ainda, será que é possível fazer aquilo que eu quero fazer ou será demasiado ambicioso?

O título do seu último livro vem da Bíblia?

Estava a passear no Evangelho e apareceu-me. Foi a primeira vez que fui à Bíblia, não tinha título nenhum, não sabia como havia de o chamar e de repente tropeço naqueles versículos do Evangelho de São Lucas e pensei: é isto.

A sua formação em Psiquiatria não lhe dificulta a convivência consigo próprio?

Se os psiquiatras compreendem a mente humana? Não, isso é a vida que nos ensina a entender os outros. Algumas das pessoas mais cultas que conheci eram analfabetas e algumas das coisas mais profundas que ouvi foram ditas por pessoas de pouca instrução. Uma mulher disse-me uma vez 'quem não tem dinheiro não tem alma'.

Quando está a escrever nunca se sente como se estivesse no divã a tirar coisas de si?

Eu nunca deitei ninguém em nenhum divã e se o fiz ao longo da vida foi para me deitar lá também, não era para ficar a ouvi-la falar. A sensação que tenho é que estamos na idade da pedra do conhecimento, do entendimento humano e das emoções. Não sabemos nada, eu pelo menos sei muito pouco. Isto só tem a ver com a humildade, não sou vaidoso, apenas tenho orgulho. Sei mais ou menos qual é o meu lugar enquanto escritor e o resto da minha vida não é importante, falar da minha vida privada não tem importância nenhuma, os livros sim podem ser importantes mas eu até acho que todos deviam ser publicados anonimamente, sem nome de autor. Isso eliminaria imensos problemas.

domingo, 19 de abril de 2009

a ganda BO

O Banco de Portugal prevê que a economia portuguesa se retraia 3,5% em 2009, representando assim a recessão mais violenta desde 1974. Nas capas dos jornais, na televisão, nas ruas não se fala de outra coisa? Por acaso fala. Aquilo que comove a pátria por estes dias é Bo. Quem é Bo? Um cão d'água português (que português só mesmo na designação da raça, porque verdade verdadinha nasceu no Havai) que se tornou o cão da família Obama.

Se nenhum tailandês ousaria vangloriar-se por haver gatos siameses espalhados pelo mundo, nós à falta de grandes feitos civilizacionais ficamos orgulhosos com um cão que nem é nosso. Os americanos depois de muitos anos de estudos e experimentação científica conseguiram pôr o Homem na Lua, mas nós sem nenhum esforço pusemos um cão a largar-lhes poias no jardim. Eis o nosso orgulho.

quinta-feira, 19 de março de 2009

A gente os dois dávamos cabo disto...


Somos unha com carne ou não somos.

 Trata-me por padrinho ainda estou para saber porquê: razões que só ele entende. Esteve preso uma porção de anos, catorze, quinze, traficava pó, metia pó, continua a traficar pó e a meter pó, na semana passada procurou na meia esquerda (na meia direita trazia dinheiro escondido, uma porção de notas) tirou da canela um par de saquitos

 - São para você, padrinho, e lá fiquei com a coca na palma enquanto ele me dava um beijo

 - Somos unha com carne ou não somos?

 na esperança que eu corresse para casa a enfiar o presente pelo nariz acima. Afaina-se para uns rapazes russos, de vez em quando pede dinheiro às pessoas com uma navalha persuasiva, cheia de argumentos: parece que a navalha torna as pessoas generosas, sensíveis às razões do meu afilhado. Na mão e no braço tatuagens da cadeia que exibe no orgulho com que se mostram carimbos de países exóticos no passaporte: Vale de Judeus, Pinheiro da Cruz, outras estâncias balneares, sítios de férias de luxo para ricos. Um amigo comum, estabelecido no bairro, aconselha-me - Não se ponha a pau, não a agitar o dedo avisador e não me ponho a pau. A pau porquê? O mais que ele faria era apontar-me as razões ao umbigo quando a branquinha lhe subisse à ideia. Garante, de lado

 - Você escreve livros e demora-se a olhar-me, pesando o facto. Em certa medida somos iguais

 - Também já apareci no jornal

e nunca vi bochechas tão côncavas ao chupar o cigarro: o fumo deve chegar-lhe à alma e enovoa-la inteira. Contam-se-lhe os ossos de magro que está, faltam dentes. Interesso-me

- Mastigas com quê?

e encolhe os ombros, desiludido com a estupidez da pergunta: há-de existir um molar em qualquer parte, nem que seja no esófago, a roer ainda. Que me lembre nunca dei por ele a comer, dou por ele, aqui e ali, a trabalhar cálices de bagaço com sete ou oito cotovelos no balcão, pobre tarântula tão mal vestida, à beira de ser encontrada num jardinzeco qualquer, de agulha no braço, ou a bater, na vazante, contra a muralha do Tejo: já traz a morte na cara, e a boca desmobilada aparenta-se a uma concertina de pregas tortas. Mês sim mês não desaparece, acaba por voltar a puxar-me a manga

- Precisa de alguma coisa minha, padrinho? espiando em volta, com medo. Não me conta onde dorme

- Por aí, não me explica onde esteve

- Lá está você,  transformou os três pontos tatuados de uma das prisões numa estrela de David

- Há muito chibo nestas bandas, designa-me sujeitos que o perseguem em esplanadas onde não vejo ninguém, cola-se-me à orelha, confidencial

- Ando a faltar aos russos e contrai-se de medo:

- Tem por aí meio euro que me empreste, dado que um golinho de bagaço engorda a coragem e traz boas intenções consigo:

- Um dia destes trato-me -projectos de vida

- Internadinho para uma cura à maneira

certezas que o alcool ajuda - Até sou capaz de me casar, palavra com a voz a pedir colo, seguro de caber no meu

- Somos unha com carne ou não somos?

 e não lhe poiso a palma no ombro para impedir que chore. Se calhar engano-me e está sequinho por dentro. Não, não está sequinho por dentro

- Eh pá consigo fico esquisito, padrinho e um grão de ternura, intacto nele, a tremer, a arredondar-se, a transformar-se em lágrima que a manga limpa o que a mão não acaba de limpar

- Tenho uma filha - Uma filha sabia?

puxo de mim - Onde está ela? e a resposta furiosa

- Lá está você a empurrar-me

- Lá está você, carago a detestar-me. Julgo que a faquinha vai vir e não vem, vem um murmúrio

- Padrinho

            a convicção - A gente os dois dávamos cabo disto num gesto panorâmico a abarcar o mundo

- A gente os dois chegávamos e ele, todo côncavo, a chupar o cigarrinho, a chupar. Segue rua abaixo a caminho de uma nova desdita, num passo vagaroso, oblíquo, enredando-se na trela do basset de uma senhora de idade

- Porra de cão e a senhora, de saco de compras, apavorada. Salva-se da trela, continua, vira uma esquina, perco-o. Se o chamasse ajudava? Se concordasse

- A gente os dois dávamos cabo disto

 melhorava? É a lágrima que a manga limpa que me inquieta. Também tenho uma ou duas, escondidas. Só que tão no fundo de mim que não consigo limpá-las. Não faz mal: ninguém dá por isso. E se dessem por isso não davam: de pequeninas que são confundem-se com a pele. Tens razão: unha com carne, afilhado, tens razão, a gente os dois dávamos cabo disto. Algum de vocês tem por aí meio euro que me empreste para enganar a coragem?


de António Lobo Antunes, na revista Visão

 

segunda-feira, 16 de março de 2009

seré chuva será gente... gente não é certaMENTE

         
poema da 'MENTE'
  
 Há um primeiro-ministro que mente,
 Mente de corpo e alma, completa/mente.
 E mente de maneira tão pungente
 Que a gente acha que ele, mente  sincera/mente,
 Mas que mente, sobretudo, impune/mente...
 Indecente/mente.
 E mente tão nacional/mente,
 Que acha que mentindo história afora,
 Nos vai enganar eterna/mente.

Sócrates efectiva/mente

domingo, 15 de março de 2009

a NOVA PESTE de GonçaloM.Tavares

«Declare o estado de peste. Encerre a cidade»
Albert Camus

Tudo começou por uma noite amorosa. Uma mulher conheceu um homem e nessa noite homem e mulher dormiram juntos.
Os dois falaram como dois seres humanos falam entre si. Ela relatou com entusiasmo o que fazia num laboratório científico, ele, por seu turno, contou que estava desempregado. Os dois sorriram e ela lembrou que o mundo , em princípio, não terminava na segunda feira. Havia mais mundo e mais tempo. As coisas mudariam disse ela.
E mudaram de facto. Na manhã seguinte, quando ela regressou ao seu local de trabalho, tinha uma carta na secretária do seu laboratório: estava despedida.
Foi então essa mulher que, digamos assim, mesmo sem disso ter consciencia, começou com a nova peste. Contou a uma das suas amigas: dormira com um desempregado e na manhã seguinte fora despedida.
Dois ou três casos semelhantes em diferentes pontos do país foram suficientes. Em pouco tempo espalhou-se uma crença firme: quem dormisse com um desempregado corria o risco de perder o emprego. Não havia uma explicação lógica para isto, mas o certo é que se começou a recear os parceiros sexuais desempregados tal como antes se receava os parceiros sexuais com doenças venéreas.
ntes de qualquer relação sexual tornou-se habitual a pergunta: tens emprego? Muitas pessoas passaram mesmo a exigir um comprovativo do pagamento do ultimo mês, passado pela entidade patronal. Algumas pessoas, habituadas a relações ocasionais, passaram a trazer na carteira esse documento.
A verdade é que o número de desempregados não parava de aumentar e dado o potencial daquela notícia o alarmismo foi crescendo...........

quarta-feira, 4 de março de 2009

ontem, 3 de Março de 2009

um amigo meu recebeu uma notícia, que tinha um novo combate pela frente,
este a travar com um monstro de enorme envergadura, notícia essa que para a qual não estaria (penso) neste momento preparado para a receber...,
mas,
mais uma vez saltou para o ringue e disposto a dar tudo por tudo lá voltou a ouvir aquele som inconfundível do "SEGUNDOS FORA 1º ASSALTO" !
força nisso CAMARADA

domingo, 1 de março de 2009

actividade sexual....

A apresentadora de um programa feminino das manhãs da televião, pergunta à D. Irene, uma jovem senhora:
- A senhora pode contar aos nossos telespectadores quais são as actividades de uma típica dona de casa deste bairro?
- Ah, sim...
De manhã, levo os meninos ao colégio. Depois, na volta do colégio, tenho três horas de actividades sexuais...
Então, o meu marido e filhos chegam para o almoço, almoçam; ele volta para o trabalho e as crianças vão fazer os deveres....
Aí, tenho mais algumas horas de actividades sexuais até à noite, quando jantamos e vamos todos para a cama!

- Desculpe, mas a senhora pode explicar-nos em que consistem essas actividades sexuais?

- Ah, lógico, explico sim!

Actividades sexuais é fazer tudo o que é fodido: varrer, lavar o chão, lavar a roupa, arear as panelas, lavar e tratar do cão, arrumar, costurar, passar as roupas, limpar o pó, lavar os vidros....

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Um rapazinho de 8 anos queria ganhar 100 euros
 e rezou durante duas semanas  para Deus.
Como nada acontecia, ele resolveu mandar uma carta para o
Todo-Poderoso com  seu pedido.
Os CTT receberam uma carta endereçada para "Deus-Portugal" e
resolveram entregá-la ao Primeiro Ministro.
O Ministro José Socrates ficou muito comovido com o pedido e resolveu
mandar uma nota de  10 euros para o garotinho, pois achou que 100
euros era muito  dinheiro para  uma criança tão pequena.
O rapazinho recebeu os 10 euros e imediatamente sentou-se para
escrever uma  carta de agradecimento:
-"Querido Deus: Muito obrigado por me mandar o dinheiro que eu pedi.
Contudo, notei que por alguma razão, o Senhor mandou-o através do
Ministro José Sócrates e, como sempre, aquele filho da p... ficou com  90% do que era meu!"
 

sábado, 24 de janeiro de 2009

Vale a pena ler ...do Ricardo







A Crise - Ricardo Araújo Pereira


Ou estou fortemente enganado (o que sucede, aliás, com uma frequência notável), ou a história de Portugal é decalcada da história de Pedro e o Lobo, com uma pequena alteração: em vez de Pedro e o Lobo, é Pedro e a Crise.

De acordo com os especialistas – e para surpresa de todos os leigos, completamente inconscientes de que tal cenário fosse possível – Portugal está mergulhado numa profunda crise. Ao que parece, 2009 vai ser mesmo complicado.

O problema é que 2008 já foi bastante difícil. E, no final de 2006, o empresário Pedro Ferraz da Costa avisava no Diário de Notícias que 2007 não iria ser fácil. O que, evidentemente, se verificou, e nem era assim tão difícil de prever tendo em conta que, em 2006, analistas já detectavam que o País estava em crise. Em Setembro de 2005, Marques Mendes, então presidente do PSD, desafiou o primeiro-ministro para ir ao Parlamento debater a crise económica. Nada disto era surpreendente na medida em que, de acordo com o Relatório de Estabilidade Financeira do Banco de Portugal, entre 2004 e 2005, o nível de endividamento das famílias portuguesas aumentou de 78% para 84,2% do PIB. O grande problema de 2004 era um prolongamento da grave crise de 2003, ano em que a economia portuguesa regrediu 0,8% e a ministra das Finanças não teve outro remédio senão voltar a pedir contenção. Pior que 2003, só talvez 2002, que nos deixou, como herança, o maior défice orçamental da Europa, provavelmente em consequência da crise de 2001, na sequência dos ataques terroristas aos Estados Unidos. No entanto, segundo o professor Abel M. Mateus, a economia portuguesa já se encontrava em crise antes do 11 de Setembro.

A verdade é que, tirando aqueles seis meses da década de 90 em que chegaram uns milhões valentes vindos da União Europeia, eu não me lembro de Portugal não estar em crise. Por isso, acredito que a crise do ano que vem seja violenta. Mas creio que, se uma crise quiser mesmo impressionar os portugueses, vai ter de trabalhar a sério. Um crescimento zero, para nós, é amendoins. Pequenas recessões comem os portugueses ao pequeno-almoço. 2009 só assusta esses maricas da Europa que têm andado a crescer acima dos 7 por cento. Quem nunca foi além dos 2%, não está preocupado.

É tempo de reconhecer o mérito e agradecer a governos atrás de governos que fizeram tudo o que era possível para não habituar mal os portugueses. A todos os executivos que mantiveram Portugal em crise desde 1143 até hoje, muito obrigado. Agora, somos o povo da Europa que está mais bem preparado para fazer face à crise.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

"VÃO-SE DESPIR QUE EU BEM VOS CONHEÇO"


há uns dias atrás dei comigo a ler num jornal desportivo uma opinião de um comentador residente nesse jornal, e o engraçado é que de repente o mesmo me fez lembrar algo que está a acontecer verdadeiramente na sociedade que me rodeia mais de perto. dizia ele ás tantas:
é muito antiga, mas sempre actual, e hoje mais do que nunca, a ideia de que anda meio mundo a enganar o outro meio.
A LEALDADE É UMA QUESTÃO DE MOMENTO E INTERESSE, E NÃO UM VALÔR A PRESERVAR E A PRATICAR NA VIDA DE QUALQUER ASSOCIAÇÃO OU DA SOCIEDADE EM GERAL, A LEALDADE PARA COM PARCEIROS OU COMPANHEIROS VARIA COM OS INTERESSES PESSOAIS E NÃO DE ACORDO COM O INTERESSE DAS INSTITUIÇÕES QUE ESTÃO NUM NÍVEL SUPERIOR. A AMIZADE DEIXOU DE SER UM NOBRE SENTIMENTO ALTRUÍSTA, PASSANDO A SER APENAS A COMPENSAÇÃO DOS FAVÔRES QUE SE RECEBEM,ELOGIA-SE O VIVO CONFORME A OU AS BENESSES QUE ESTE PODERÁ PROPORCIONAR. é esta a sociedade em que vivemos, e não podemos exigir que a sociedade "cooperativista" seja melhor ( mas deveria sê-lo )abundam nela muitos travestis da hipócrisia,os amigos de ocasião, aqueles que só olham permanentemente para o seu umbigo sem respeito pela amizade ou lealdade, ou o mínimo de gratidão pelas instituições de que SE SERVEM sem as servir.
assim sendo compreende-se que haja quem esteja farto. se calhar, em vez de criticar teremos de louvar quem, não aguentando mais o cheiro que exalam por debaixo da mascara, ainda tem força para gritar : "VÃO-SE DESPIR QUE EU BEM VOS CONHEÇO"

How To Get Rid of iron In Well Water

If you're struggling with rusty-looking stains on your sinks, a metallic taste in your water, or concerns about the safety of your well,...