quarta-feira, 23 de maio de 2012

...caloteiros e exigentes é preciso ter lata

Em 1953, a Alemanha de Konrad Adenauer entrou em default,
falência, ficou Kaput, ou seja, ficou sem dinheiro para fazer mover a
actividade económica do país. Tal qual como a Grécia actualmente.

A Alemanha negociou 16 mil milhões de marcos em dívidas de
1920 que entraram em incumprimento na década de 30 após o
colapso da bolsa em Wall Street. O dinheiro tinha-lhe sido
emprestado pelos EUA, pela França e pelo Reino Unido.

Outros 16 mil milhões de marcos diziam respeito a empréstimos
dos EUA no pós-guerra, no âmbito do Acordo de Londres sobre as Dívidas
Alemãs (LDA), de 1953. O total a pagar foi reduzido 50%, para cerca de 15
mil milhões de marcos, por um período de 30 anos, o que não teve quase
impacto na crescente economia alemã.

O resgate alemão foi feito por um conjunto de países que
incluíam a Grécia, a Bélgica, o Canadá, Ceilão, a Dinamarca, França, o Irão,
a Irlanda, a Itália, o Liechtenstein, o Luxemburgo, a Noruega, o Paquistão,
a Espanha, a Suécia, a Suíça, a África do Sul, o Reino Unido, a Irlanda do
Norte, os EUA e a Jugoslávia.

As dívidas alemãs eram do período anterior e posterior à Segunda
Guerra Mundial. Algumas decorriam do esforço de reparações de guerra e
outras de empréstimos gigantescos norte-americanos ao governo e às empresas.
Durante 20 anos, como recorda esse acordo, Berlim não honrou qualquer
pagamento da dívida.

Por incrível que pareça, apenas oito anos depois de a Grécia ter
sido invadida e brutalmente ocupada pelas tropas nazis, Atenas aceitou
participar no esforço internacional para tirar a Alemanha da terrível
bancarrota em que se encontrava.

Ora os custos monetários da ocupação alemã da Grécia foram
estimados em 162 mil milhões de euros sem juros. Após a guerra, a Alemanha
ficou de compensar a Grécia por perdas de navios bombardeados ou capturados,
durante o período de neutralidade, pelos danos causados à economia grega, e
pagar compensações às vítimas do exército alemão de ocupação.

As vítimas gregas foram mais de um milhão de pessoas (38
960 executadas, 12 mil abatidas, 70 mil mortas no campo de batalha,
105 mil em campos de concentração na Alemanha, e 600 mil que pereceram de
fome). Além disso, as hordas nazis roubaram tesouros arqueológicos gregos de
valor incalculável.

Qual foi a reacção da direita parlamentar alemã aos actuais
problemas financeiros da Grécia? Segundo esta, a Grécia devia considerar
vender terras, edifícios históricos e objectos de arte para reduzir a sua
dívida.

Além de tomar as medidas de austeridade impostas, como cortes no
sector público e congelamento de pensões, os gregos deviam vender algumas
ilhas, defenderam dois destacados elementos da CDU, Josef Schlarmann e Frank
Schaeffler, do partido da chanceler Merkel.
Os dois responsáveis chegaram a alvitrar que o Partenon, e algumas ilhas
gregas no Egeu, fossem vendidas para evitar a bancarrota.
"Os que estão insolventes devem vender o que possuem para pagar
aos seus credores", disseram ao jornal "Bild". Depois disso, surgiu no seio
do executivo a ideia peregrina de pôr um comissário europeu a fiscalizar
permanentemente as contas gregas em Atenas.

O historiador Albrecht Ritschl, da London School of Economics,
recordou recentemente à "Spiegel" que a Alemanha foi o pior país devedor do
século XX. O economista destaca que a insolvência germânica dos anos 30 faz
a dívida grega de hoje parecer insignificante.

"No século XX, a Alemanha foi responsável pela maior bancarrota
de que há memória", afirmou. "Foi apenas graças aos Estados Unidos, que
injectaram quantias enormes de dinheiro após a Primeira e a Segunda Guerra
Mundial, que a Alemanha se tornou financeiramente estável e hoje detém o
estatuto de locomotiva da Europa. Esse facto, lamentavelmente, parece
esquecido", sublinha Ritsch.

O historiador sublinha que a Alemanha desencadeou duas guerras
mundiais, a segunda de aniquilação e extermínio, e depois os seus inimigos
perdoaram-lhe totalmente o pagamento das reparações ou adiaram-nas.

A Grécia não esquece que a Alemanha deve a sua prosperidade
económica a outros países.

Por isso, alguns parlamentares gregos sugerem que seja feita a
contabilidade das dívidas alemãs à Grécia para que destas se desconte o que
a Grécia deve actualmente.

Sérgio Soares, jornalista português

quinta-feira, 10 de maio de 2012

convém não esquecer

O regime da reforma antecipada tem sido durante muitos anos usado como um instrumento para a saída de trabalhadores dos seus postos de trabalho, na maior parte dos casos por interesse das entidades empregadoras e não dos próprios trabalhadores.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Anthony Bourdain em "No Reservations" faz retrato sobre Lisboa



Num comentário á tradução, à qual eu não concordo, o Dinheiro Vivo diz ás tantas
Aqui só o peixe é fresco
11/05/2012 | 00:00 |

No documentário “No Reservations”, o chef Anthony Bourdain faz um retrato de Lisboa e de Portugal de acordo, não só com o seu tipo de programa, mas também com o script que o mundo em geral, e o anglo-saxónico em particular, nos destinou.

Um história a preto e branco por onde velhos com reumático se arrastam por vielas de pobreza e decadência ao som de fados e lamentos. Um retrato, apesar de tudo, cheio de simpatia, boa comida e peixe fresco. Claro que aquela Lisboa e aquele Portugal existem. Claro que também há outra Lisboa e outro Portugal mas o que Bourdain escolheu mostrar é o ângulo que ilustra a nossa reputação, sobretudo a que prevalece na Europa e no mundo anglo-saxónico que é o mundo dos “mercados”. É o ângulo da velhice, da pobreza, do simpático e do patusco, dum país lá longe, na geografia e no tempo.
Vale a pena ver o que, não sendo um retrato fiel de Portugal, é um retrato fidelíssimo da nossa reputação. Um retrato que me deixou triste, angustiado e cheio de fome. Fome porque a comida era boa, angustiado porque a pobreza e o feio me deprimem e triste pelas figuras tristes (queixume sem viço nem dignidade) que os portugueses convidados a participar fizeram – em particular um gagá Lobo Antunes que fez saber ao mundo, em primeira mão, que Salazar mantinha o preço da heroína mais baixo que o dos cigarros para que nós, agarrados, não nos revoltássemos.

Enfim, um documentário que diz ao mundo que em Portugal só o peixe é fresco
.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

O VELHO... E O BURRO

 


   


                
 Há tantos burros mandando em homens de inteligência, 
                                          que 
                        às vezes fico pensando se a

                      burrice não será uma ciência!
                                                                                                                                 António Aleixo

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